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ANTIGUIDADES DO CAMPO
 
            De algumas gerações pra cá, antiguidades do campo são novidades. Achei interessante. Assistindo a um programa regional, onde alguns cantores, gaiteiros e trovadores do Sul se apresentam, o apresentador mostrou um monjolo e o seu funcionamento. Nisso me veio à mente o meu tempo de criança, coisas que hoje não existem mais, exceto em algum museu. Devido à restrição do tempo, mencionarei apenas algumas  delas. 
          
       Monjolo. Engenho rústico usado para moer o milho e descascar outros cereais. Tinha um que era usado em casa, que o faziam socar com o pé. Era chamado de monjolinho de pé. Um maior era tocado com água. Este era instalado na beira de um arroio, num lugar mais baixo porque era colocada uma bica dágua para o seu funcionamento. Era composto mais ou menos assim: Corpo (feito do tronco de madeira de lei, normalmente imbuia ou cedro); cocho (que enchia de água e esta fazia com que levantasse e quando voltava socava forte). Eixo, mão-de-pilão e o burrinho, (que era posto na ponta, um formato de cabeça para equilíbrio, evitando que o mesmo fosse pra cima e não voltasse). Tinha um pilão que era despejado o milho ou cereais. Com o impacto da mão-de-pilão o milho era triturado,  ou descascados quando eram outros cereais.
          
       Assim o roceiro sobrevivia. No monjolo fazia a farinha, o fubá, descascava o arroz e outros. Moía o trigo e o centeio transformando em farinha para fazer o pão. Era tudo artezanal. Uma engenhoca dos tempos idos, que hoje só vive na lembrança.
           
     Seria interessante que se mostrasse com frequência as antiguidades do campo, porque isso também é cultura. Esse era o tempo do vovô e da vovó (nona) que deveriam ser preservados.  Aí também viriam as carroças, os carroções (carroças traçadas com 4 ou 6 cavalos), o carretão (espécie de carreta puxada por bois para transportar toras), o arado puxado por cavalos e muitos outros.
 
(Christiano Nunes)




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