CADÊ O "HOME"?
Ainda sob o efeito anestésico de um sonambulismo a persistir em pesadelo, vive-se as últimas ressonâncias da Copa. O que para maioria dos brasileiros era a interessante e emocional expectativa, de repente, como pelo ruído de um despertador inquietante, tudo de que do sonho se lembra é perturbador. Mas, como neste mundo nada é definitivo, o tempo é o eficaz terapeuta para a superação do que e de quem a vida transforma.
Tão desgastado o tema quanto os seus elementos e personagens, tudo soa redundante ao tentar-se remediar os colaterais efeitos da Copa. Estudar-lhe a fórmula de nada adiantaria; tarde e inútil a cura quando, prematuro, o óbito. E deste a triste lembrança apagará com o insuperável tempo. Imprevisível, o tempo traz com ele resíduos de momentos a que se chamam modismos. Um deles é a tal “superação”, palavra animadora que resultou monótona pelo inconsequente clichê que “faz a diferença” sem nada mudar a “autoestima” de quem o modismo não muda, mesmo com a “recorrente” e evidente “autoajuda”.
A perda da tão sonhada Copa do Mundo, aqui sediada, frustrou a quase unanimidade do anseio nacional. Abalou-lhe os brios, menosprezou-lhe a vaidade e deu àquele ufanismo esportivo um amargo sabor e a cor desbotada de um nacionalismo inferiorizado. Por quê? Porque o futebol, tornando-se “paixão nacional”, fez com que a Nação Brasileira elevasse nossa Seleção à categoria de símbolo da Pátria como são os Brasões Nacionais. Mas o nacionalismo brasileiro se resume às glórias do futebol? Somos ainda a “pátria em chuteiras” que de quatro em quatro anos forma a unida “corrente pra frente” contrária à Copa de partidos disputada em outubro?
Em nada disso deve se pautar a baixa estima de alguns brasileiros. O orgulho de nossa nacionalidade seleciona e coleciona outros valores além de um time de futebol. O patriotismo sincero e consciente aponta os defeitos do nosso país sem omitir-lhe as qualidades. Nada mais injusto do que a indiferença à nossa extensão territorial, à magnitude da nossa fauna e flora, à maior bacia hidrográfica do planeta, à mais extensa e mais bela costa litorânea do mundo, à nossa literatura, à nossa música, ao nosso rico folclore, à nossa unidade linguística e tudo mais que, em meio às dificuldades, acompanha o nosso desenvolvimento socioeconômico. De tudo há que haver ciência. E a esta altura do campeonato, ou melhor, desta crônica, a Seleção Brasileira, humilhantemente derrotada pela da Alemanha, é vítima do mesmo dano causado pela destemida Holanda. Outros grandes perdedores retornaram sem o título e foram honrosamente recebidos em seus respectivos países. A Inglaterra, criadora do futebol, a França, sempre ameaçadora, a famosa campeã Espanha, com seus grandes craques, o nosso rival Uruguai. A torcida brasileira que festeja uma vitória, repudia a derrota e condena quem lhe deu causa. Aqui, a triste história ou sina se repete e tudo isso poderia ser evitado, pelo menos aqui em casa. Já em tempo de disputa política, é hora de se perguntar: Cadê o Lula? Cadê o “home” que moveu céus e terras para trazer essa Copa que resultou num desastre para o nosso futebol? Cadê o homem dos palanques? Silencioso, vai deixar a Dilma “chupar essa manga” sozinha? Ou vai querer, futuramente, voltar à presidência para trazer novamente a Copa do Mundo ao Brasil?
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Ainda sob o efeito anestésico de um sonambulismo a persistir em pesadelo, vive-se as últimas ressonâncias da Copa. O que para maioria dos brasileiros era a interessante e emocional expectativa, de repente, como pelo ruído de um despertador inquietante, tudo de que do sonho se lembra é perturbador. Mas, como neste mundo nada é definitivo, o tempo é o eficaz terapeuta para a superação do que e de quem a vida transforma.
Tão desgastado o tema quanto os seus elementos e personagens, tudo soa redundante ao tentar-se remediar os colaterais efeitos da Copa. Estudar-lhe a fórmula de nada adiantaria; tarde e inútil a cura quando, prematuro, o óbito. E deste a triste lembrança apagará com o insuperável tempo. Imprevisível, o tempo traz com ele resíduos de momentos a que se chamam modismos. Um deles é a tal “superação”, palavra animadora que resultou monótona pelo inconsequente clichê que “faz a diferença” sem nada mudar a “autoestima” de quem o modismo não muda, mesmo com a “recorrente” e evidente “autoajuda”.
A perda da tão sonhada Copa do Mundo, aqui sediada, frustrou a quase unanimidade do anseio nacional. Abalou-lhe os brios, menosprezou-lhe a vaidade e deu àquele ufanismo esportivo um amargo sabor e a cor desbotada de um nacionalismo inferiorizado. Por quê? Porque o futebol, tornando-se “paixão nacional”, fez com que a Nação Brasileira elevasse nossa Seleção à categoria de símbolo da Pátria como são os Brasões Nacionais. Mas o nacionalismo brasileiro se resume às glórias do futebol? Somos ainda a “pátria em chuteiras” que de quatro em quatro anos forma a unida “corrente pra frente” contrária à Copa de partidos disputada em outubro?
Em nada disso deve se pautar a baixa estima de alguns brasileiros. O orgulho de nossa nacionalidade seleciona e coleciona outros valores além de um time de futebol. O patriotismo sincero e consciente aponta os defeitos do nosso país sem omitir-lhe as qualidades. Nada mais injusto do que a indiferença à nossa extensão territorial, à magnitude da nossa fauna e flora, à maior bacia hidrográfica do planeta, à mais extensa e mais bela costa litorânea do mundo, à nossa literatura, à nossa música, ao nosso rico folclore, à nossa unidade linguística e tudo mais que, em meio às dificuldades, acompanha o nosso desenvolvimento socioeconômico. De tudo há que haver ciência. E a esta altura do campeonato, ou melhor, desta crônica, a Seleção Brasileira, humilhantemente derrotada pela da Alemanha, é vítima do mesmo dano causado pela destemida Holanda. Outros grandes perdedores retornaram sem o título e foram honrosamente recebidos em seus respectivos países. A Inglaterra, criadora do futebol, a França, sempre ameaçadora, a famosa campeã Espanha, com seus grandes craques, o nosso rival Uruguai. A torcida brasileira que festeja uma vitória, repudia a derrota e condena quem lhe deu causa. Aqui, a triste história ou sina se repete e tudo isso poderia ser evitado, pelo menos aqui em casa. Já em tempo de disputa política, é hora de se perguntar: Cadê o Lula? Cadê o “home” que moveu céus e terras para trazer essa Copa que resultou num desastre para o nosso futebol? Cadê o homem dos palanques? Silencioso, vai deixar a Dilma “chupar essa manga” sozinha? Ou vai querer, futuramente, voltar à presidência para trazer novamente a Copa do Mundo ao Brasil?
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