A sutil diferença entre "eu te amo" e "eu me amo"

... Talvez em um dia qualquer, num lugar qualquer, a humanidade realmente possa proclamar o “Eu te amo!” sem culpas, sem ressentimentos e sem medo de viver toda a força do amor. Um amor sem escravizar, sem cobrar, um amor gratuito pelo simples fato de AMAR-SE. Onde se esconde a face desse amor? Por que o tanto “Eu te amo!” cai na primeira pedra do caminho?

Sei que o leitor deve estar pensado: “ Ué, esse início não está deslocado?!” Não, caro leitor! Está tudo no lugar convencionalmente marcado. Mas, atente-se para o título, há uma diferença enorme entre o que falamos e o que fazemos, e hoje, nesse dia abençoado por Deus, resolvi falar de amor. Resolvi passear por alguns “Eu te amo!” e dar o veredito informal e literário, mas com a consciência de uma pessoa que ama a vida, tenho amor até no nome... E por amar a vida, senti-me a necessidade de fazer esse exercício mental.

Não é raro ouvirmos o “Eu te amo!” nas novelas globais e reais. E os príncipes e as princesas, artistas desse grande palco chamado vida, contracenam com juras eternas, artistas que pintam esse amor em diferentes artes sob os diversos tons. Infelizmente, a cor vermelha é a mais usada, borrando a maquiagem com os respingos de sangue.

As relações são tão frágeis que o rompimento terá que ser marcado e demarcado. O “Eu te amo!” já com prazo de validade esgotado. Há vidas ceifadas por conta do “Eu te amo!” religião, cultura, prazer, política, justiça... Ãh, é isso até em nome da justiça. Justiceiros cobrem os rostos e ateiam fogo em carros, motos, gente, oh, mundo... de amor imundo?!

Há dois dias a cidade baiana de AMARgosa viveu e continua vivendo o seu inferno. Por conta de uma perseguição policial, bandidos invadem uma casa e na troca de tiros, uma criança de um ano é morta. Lamentável, mais uma vítima de bala perdida. Além do desespero dos familiares diante do fato, rapidamente se propagou na cidade uma onda de justiceiros que aterrorizaram moradores, deixando-a com um saldo enorme de depredação e desolação.

E ai questiono: Que amor é esse que precisa se esconder? Que amor é esse que a satisfação surge em ver vários automóveis alheios sendo queimados? Que amor é esse que nunca se revela?

O “ Eu te amo!” precisa de suporte. O “Eu te amo!” está caindo pelas tabelas. O “Eu te amo!” está tão mascarado que o primeiro sopro, as máscaras caem... E os “monstros” são revelados com armas em punhos para lavar a honra com sangue, para cobrar as dívidas com sangue, ou simplesmente fazer justiça, também com sangue.

Acredito que antes de pronunciar o “Eu te amo!” carece uma olhadinha para nós mesmos(as)... Será que eu me amo? De que forma eu propago o meu amor por mim e pelo próximo? Se eu não me amar, não serei capaz de amar mais ninguém. Não existe amor para um revoltado. Não existe amor para um vingativo. Não existe amor para um mal amado...

Eu me amo! Eu me amo! Eu me amo! Por ter tanto amor em mim, amo a DEUS sobre todas as coisas, por ser tão maravilhoso comigo. Amo a vida! E tenho dela todos os frutos que plantei (família, amigos, amor...) graças a Ele. AMANDO-me aprendi a sutil diferença entre o “eu te amo” e ... EU TE RESPEITO!

Abraços,

E. AMORim

Elisabeth Amorim
Enviado por Elisabeth Amorim em 18/07/2014
Reeditado em 18/07/2014
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