Decisões

Decisões são tomadas a todo instante em nossas vidas e sempre trazem consigo bônus e ônus. Às vezes um mais que outro, mas elas nunca vêm isentas de nenhuma consequência e por isso precisam ser muito bem pensadas. Aquelas tomadas de ímpeto quase nunca trazem bons resultados. Porém, pensar muito antes de decidir algo não é garantia de que será algo certo. O importante é que tenhamos consciência de que nossas ações irão gerar reações. É a lei natural e não há como fugir dela.

Talvez um dos grandes problemas em tomar decisões – senão o grande problema – seja primeiro decidir tomá-las pelo coração ou pela razão. O pior é que não existe uma receita pronta aplicável a toda e qualquer pessoa. É tudo muito relativo. Qualquer que seja o caminho escolhido é importante aceitar o que advirá da escolha feita.

A decisão é algo de caráter individual ou coletivo? Toda vez que envolver os rumos da vida de quem deve decidir, é sempre individual. Pode-se no máximo buscar conselhos e orientações de pessoas amigas, confiáveis, sensatas; mas no final das contas quem faz a escolha é a única responsável por ela e de re-pente seja isso que assuste, pois não se poderá atribuir a ninguém a culpa pelo insucesso e nem imputar-se a si mesmo exclusiva responsabilidade pela vitória. Ambos os casos são recheados de egoísmo e o segundo vem com o agravante da soberba e do orgulho. Para quem tem de decidir, uma das coisas mais importantes na vida é sentir-se apoiado, independente do resultado da decisão. Elogios excessivos (puxa-saquismo), diante do sucesso, e julgamentos condenatórios sem considerar o “lado do outro”, diante do fracasso, são igualmente prejudiciais e devem ser evitados.

Uma atitude errada, e infelizmente inerente ao ser humano, é muitas vezes se deixar levar pelo famoso “não dar o braço a torcer”. Isso conduz à desunião, ao desmanche, às intrigas, a uma queda de braço em que ambos perdem. São inúmeros os momentos em que nos sabemos errados, sabemos que a razão está com o outro, sabemos o que é preciso fazer e, no entanto, para que o outro não saia como vencedor da de-manda, persistimos no erro e deixamos o barco afundar. É exatamente esse o caminho a que a soberba, o orgulho e a falsa ideia de autossuficiência nos leva.

Somos seres imperfeitos, em constante evolução e precisamos seguir o nosso próprio caminho para cumprir nossas missões e/ou resgatar nossas dívidas. Isso, entretanto, não significa que tenhamos de passar por cima daqueles que cruzam nosso caminho. Fazer o certo e fazer o necessário, para nosso desgosto, não são sinônimos; assim como nem tudo o que é legal é moral.

Antes que seja tarde demais, torna-se imprescindível que, além de compreendermos, aceitemos que: nem tudo sai como planejamos, nem tudo é do nosso jeito, dar o braço a torcer não é sinônimo de perder ou de humilhação, nem sempre estamos certos. Caso esses preceitos não sejam postos em prática, corremos sério risco de vermos nossos sonhos se despedaçarem, nossas construções (materiais ou não) ruírem, nossas equipes se desfazerem e de repente ficarmos isolados no centro de nada. Estamos dispostos a mudar? Estamos dispostos a arcar com as consequências de nossas decisões? Quando em equipe não existem vitórias individuais porque nunca estamos sozinhos. Também em equipe não existem fracassos individuais porque se alguém impõe sua vontade e os demais aceitam inquestionavelmente, tornam-se cúmplices na queda. Não seria melhor então, sermos parceiros e corresponsáveis pelas conquistas verdadeiras e merecidas?

Por fim, por mais que seja clichê, devemos sempre refletir sobre a seguinte frase: “Ao fim do jogo de xadrez, tanto o Rei, quanto o Peão, voltam ambos para a mesma caixa”.

Cícero Carlos Lopes – 17-09-2014

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 17/09/2014
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