ATÉ ONDE SOMOS RESPONSÁVEIS I

Até onde somos responsáveis pelas demais pessoas, por seu sucesso, por seu comportamento?

É uma pergunta que penso sempre devamos nos fazer.

A resposta a ela, dirá quem somos nesse mundo.

Tenho um amigo que parece ter rompido a barreira do comodismo social e, entrado no segmento das pessoas que realmente fazem algo pela comunidade.

Administrador de empresas, trabalhando na consultoria empresarial, o Edson é uma pessoa com muitas experiências nessa área. Sem contar o fato, de ser uma das pessoas mais bem humoradas que conheço. Aproximadamente 45 anos, dois filhos, sempre estudou em boas escolas, fez pós-graduação. Enfim, alguém que deu certo na vida.

Há aproximadamente dez anos, o Edson começou a ensinar na universidade. Oportunidade em que nos conhecemos. Desde então, até pela própria maneira dele se relacionar, nos tornamos amigos. Mas, há coisas da vida do Edson que eu desconhecia e outras tantas que ainda devo desconhecer.

Em Dezembro passado, participávamos de uma banca de graduação, onde um aluno de curso de administração, orientado por Edson, apresentava os resultados de sua pesquisa que havia gerado uma monografia. Após a apresentação do aluno, eu e Edson iniciamos uma conversa sobre responsabilidade social e, aos poucos fui percebendo o grau de participação responsável desse companheiro. Devo admitir que forcei um pouco para retirar algumas respostas. O Edson parecia não muito a vontade para falar no início, fato que me surpreendeu porque ele sempre é muito desenvolto.

Contou-me que na verdade, ensina apenas por prazer. Para poder levar sua experiência de administrador aos futuros profissionais da área.

Em sua atuação diária na consultoria empresarial, recebe o suficiente para manter um bom nível de vida. Não tendo do que reclamar. Assim, logo no início da carreira acadêmica, decidiu que aquilo que fosse gerado pela atividade educacional, deveria a ela ser destinada. Desde então, determinou que seu salário como professor deveria custear as despesas com materiais e livros de que necessitasse para se aprimorar na atividade e o restante, independentemente de qual fosse o montante, destinado a custear o aprendizado de alunos do curso de administração menos favorecidos financeiramente. Estipulou alguns critérios de seleção para esse custeio e passou a destinar seus proventos à própria universidade para que assim fosse feito.

Não mais tocamos no assunto. Mas, a minha admiração por esse grande homem que já era de alta conta, ainda mais aumentou. Esse é responsável!

Mauricio Gonçalves de Moura
Enviado por Mauricio Gonçalves de Moura em 24/05/2007
Código do texto: T499281
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