Pessoas... pessoas

Como é difícil entender os por quês das pessoas!

Quase impossível contar com a fidelidade delas nos momentos difíceis.

Normalmente esperamos das pessoas que nos são caras aquilo que faríamos ou desejaríamos fazer nos momentos especiais: especialmente os de sofrimento.

Por que isso não ocorre? Por que se afastam?

Milhões de justificativas (sem julgamento claro, quem sou eu?) me ocorrem num momento assim.

Vivo um momento de intenso sofrimento, uma dor inexplicável me sufoca quando saio do efeito dos remédios que tomo para tentar sobreviver.

Sofro a perda da minha filha, minha belezura (xuliquinha) aos 34 anos, como devem ter lido nos meus textos anteriores.

Não pode existir dor maior!

Vejo ao meu lado o tempo todo, minha irmã e meu cãozinho.

Ela, tentando, muitas vezes no seu silêncio sofrido, dar-me forças.

Ele, chorando comigo o meu choro compulsivo e diário e lambendo minhas mãos: agora já marcadas pelo tempo.

Às vezes ouço o choro escondidinho da minha mana, na tentativa de não provocar, ainda mais, o meu.

Recebo telefonemas diários e consoladores da minha amiga e irmã espiritual: Liloca.

Algumas visitas formais, outras para orações, alguns telefonemas dos meus sobrinhos que ressentidos pela passagem da prima choram e tentam me dar algum consolo.

Recebo afagos especiais de algumas amigas da minha filha, amigas para sempre.

São carinhosas comigo.

Alguns poucos telefonemas da família. Nossa grande e pequena família!

Silêncio das pessoas que esperava ouvir e consolo de outras que não esperava.

Assim é o mundo.

Assim são as pessoas.

Cada uma ama do seu jeito ou não ama, sei lá!

Recebo com necessidade e com carinho o que me chega.

Covardia?

Desafeto?

Egoísmo?

Desamor?

Não julgo nem tenho intenção de fazê-lo.

Respeito apenas.

Decepcionada?

Não, não.

Lidando apenas com a minha realidade e tentando entender a das outras pessoas.

As pessoas

Pessoas...