Um HOMEM sem PROFISSÃO

Enquanto todos (exceto um) batalha pelo status quo, por galgar patamares elevados no trabalho, possui vestes e sapatos além do corpo e os dois pés, há um Homem que não se importa com nada; e se não almejava nada das derrotas dos homens comuns, tornou-se portanto, Um Homem sem Profissão neste oásis de reis sem coroa, heróis hipócritas, doutos e senhores mais sem nenhum caráter.

No entanto, esse estilo de vida também não significa que ele seja leigo ao extremo e para tanto, possui suas habilidades com as letras e o mundo. Ele mesmo se considera um asno, mas nem tanto; porém, deleita-se com certas e outras coisas e ignora outras várias, para citar uma delas, é o conhecer e o saber, pois entende que quanto mais se conhece e sabe, menos se realiza e trabalha em prol um do outro e o que levou a pensar assim, foi uma frase dilacerante que ele mesmo escreveu, a qual a sociedade de sua época repudiava e recusava-se a lê-la: “Sofisticadamente, tenho comigo que essa Educação moderna é um axioma indutivo ao erro; o que o estúpido do meu pai dizia que “estuda-se para ser asno, não para carregar a carga de rapadura”. Nem eu e nem ele sabemos nada e ainda por cima, negamos o trabalho. Um por ser inteligente e o outro por ter estudado”.

Isto ficou ruminando em sua inteligência, se é que a possui, por um bom tempo, pois pelo motivo de ter uma mente não significa que a use. O Homem sem Profissão é às avessas do avesso dos aversivos. Se não entendeu o que leu, pense e se mesmo pensando continua sem entender, não se sintas asno, ele também não sabe o que manda escrever. Sofro nas garras dele, que além de não gostar de trabalhar é mandão.

Sua moradia possui apenas uma latrina, uma sala/cozinha e um quarto meio mixuruca, com o reboco das paredes esfarelando. No piso, um tablado para estender o colchão corcovado pelas saliências, utensílio onde deita o corpo e sobre ele alivia os pesadelos de ser cobrado pelo seu modo de pensar e agir alternativo e indiferente.

Intriga-me saber que esse cidadão tem pavor de trabalho, sobrevivendo à suas expensas, nem cogita aposentar-se com saúde como é a maioria dos casos que assim que nasce pergunta se mudaram as leis de aposentadoria; paga o meu salário em dia, o que não é pouco, pois suor para ele tem o seu devido valor e viaja mensalmente. Parabéns patrão, estilo de vida é para poucos!

Toda a sua riqueza não passa de meia dúzias de calças e camisas, algumas delas sem botões, um chinelo havaianas furado no calcanhar e um par de tênis empoeirado e esfarrapado. O saco sem amarras é a cômoda e banco, onde acomoda-se toda a sua fortuna. Com ele a liberdade é livre.

"O José Rico morreu pobre construindo um casarão de 100 quartos sendo que dormia em apenas um. Isso é ser inteligente? Inteligente é aquele que come, bebe e dorme e nada paga. Clarividente que sou, a maioria dos que estão aí do outro lado, possuem uma porra de gato que serve somente para dar prejuízo, miar, comer, beber, ronronar enfiando a cabeça da mulher adentro e nada produzir; mas aquele que satisfaz a boa vida do bichano não aprendi com ele e como consequência vai sendo usado pelo sistema que ele falsamente regozija como sendo o máximo. Quanta bestialidade de recompensar a neurose e solidão com um animal"!

Quando pensa no passado, ratifica que: “O recém-nascido ao conhecer a claridade da luz do dia, chora pedindo o leite materno para saciar a fome e uma fralda para cobrir sua nudez, o que, devido sua ingenuidade puritana, não é motivo de vergonha. Por que depois de adolescente e adulto, o egocentrismo de achar que o universo deve conspirar somente a favor dele, sem levar em consideração que uma minúscula parte do universo pertence ao outro; o que, por sua vez, não representa uma ínfima gota de água no oceano”?

E isto é mais que suficiente para ele, pois nascera pelado e hoje está vestido, isto por imposição da sociedade; nascera banguela, porém resguarda duas dentaduras com meia dúzia de dentes postiços que sobraram, deixando-os de molho num com copo com água à noite para não ressacar e completa esta sua esquisitice de vida, os dois pés os quais veio ao mundo e hoje além deles, adquiriu uma bicicleta que é a sua paixão e transporte. Adaptou na guerreira, esquizofrênica e anoréxica das estradas uma garupeira, a qual põe sobre ela o alforje e cai na estrada.

Por falar em estradas, amanhã sairá para 500 km de pedal e para não desvencilhar ninguém de sua empreitada escrava contra o tempo e o dinheiro para bancar os filhos e netos, mal educado que é, não irá convidar ninguém; mas se quiseres ir, entre em contato com ele pelo comentário de sua Escrivaninha, pode ser que aceite sua companhia. Mas, adianto para não aparecer por lá barrigudo e obeso, pois o atrapalhará e para ele, muito ajuda quem não o atrapalha.

São aproximadamente de 500 a 600 km, quilometragem que fará em cinco dias se muito. Portanto, para finalizar ratifico o convite em nome dele e para quem prefere escrever e reclamar da micharia que recebe de aposentadoria a viver, (se não, volte a bater cartão, porque o neto está choramingando)que morra escrevendo porque ele prefere morrer vivendo e pedalando. Viajar pedalando para ele é se sentir Jesus Cristo, porque quem trabalha não tem tempo para viajar e fazer milagres.

Para fazer milagres, além do dom, o Homem, além de comprar tempo para tal, ser vagabundo em potencial e se dedicar ao que gosta, livrando-se das imposições os quais os senhores se submetem. Portanto, é isto. Deixe nos comentários, nem que seja para lhe xingar de FDP inútil; pois para ele, praga de urubu adiposo e mal cheiroso não pega em Magrela saudável de saúde e praticante de esportes. Salve!

PS.: Caso queira conhecer a sua magrela e amante, olhe a foto de seu perfil. Puro tesão orgástico, aquele que libera até as tripas das sujeiras humanas, única realidade que nos une! Descarregou as tripas, olhou e deu descarga, foi-se a inspiração poética ralo abaixo. Adios! "Maldito ser humano que empurra-me para um canal lúgubre, asqueroso, frio e na partida, antes dá descarga, dá apenas uma piscadinha de adeus"! Com profissão ou sem profissão, com dinheiro ou sem dinheiro, com casa ou cem casa, com gravata ou descamisado, com banheiros banhado a ouro ou com o buraco negro da latrina podre, a merda nos une. Somos uma bosta mexida, rala e bem coada, com uma diferença: o fedor é proporcional à proteína consumida!

Somos todos iguais diante da merda nossa de cada dia que deixamos no banheiro. Podem elas ser mais ou menos fedidas, mas é o reflexo de nossa miséria e ego.

Alguém esteve em churrascaria nas últimas 48 horas; bofe humano, escravo desse meu REI? Sou puxa-saco mesmo e daí, algo diferente de vocês? Restos de Bolsa Família!

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 28/05/2015
Reeditado em 03/06/2015
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