Entendo, aceito.
Na minha santa ignorância, observo pessoas cometendo erros por mim cometidos e não posso intervir.
Cada um tem que vivenciar a sua própria experiência, creio eu.
Intervir seria invadir o espaço do outro, não intervir talvez omissão?
Não sei.
Quase sempre isso me acontece.
Consigo entender e aceitar o sentimento do outro (até revivo alguns meus).
Sinto vontade de dizer: Não, não é assim!(lembrei-me do locutor de futebol. rs)
Vivo um momento que reforça tudo o que sempre pensei que fosse verdade.
Faço um luto estupidamente doloroso por perder minha única filha, inesperadamente aos 34 anos (na flor da idade).
Minha Paulinha amada, muito amada e única em todo sentido.
Nunca liguei para nada que fosse material.
Sofri as consequências disso algumas vezes e não me arrependo.
Continuo não valorizando dinheiro e tudo que é material.
Não me sinto melhor que as outras pessoas por isso.
É apenas o meu jeito de ser.
Respeito e aceito pessoas que gostam de acumular, pensam no “amanha”.
Não consigo.
Meu amanhã é sempre hoje.
A partida precoce da minha filha reforçou isso em mim.
Em muitos momentos da nossa vida simples optei pelo conforto e o prazer no brilho dos olhos dela, ao invés de acumular.
Também não tínhamos muito que acumular, a não ser amor e carinho.
Mas, dentro do possível e muitas vezes com pequeninas coisas e gestos nos acariciamos. (saudade)
Disse o poeta que saudade é o amor que ficou.
Paulinha e eu pensávamos mais ou menos da mesma forma.
Talvez por termos enfrentado muitas situações de desconforto, luta pela sobrevivência, com honestidade e cumplicidade.
Observo pessoas dando importância ao que para mim não é importante.
Sinto um pouco de pena, mas respeito. Cada um com seu cada um...
Começo meu dia já chorando de saudade da minha filha que partiu.
Normal isso no meu dia a dia depois da sua partida.
Mas sigo a vida: observando, aprendendo e com certeza, vou partir sem nada saber.