“DEPOIS DE CHORAR”.
            (Crônica).
 
A esposa estava doente, já havia sete dias a sua internação.
Naqueles sete dias logo pela manhã eu recebi de presente a sua aliança... Era uma sexta-feira.
Depois um comunicado, que teríamos que transferir-la para outro hospital, à tarde fiquei ciente de que havia mais doença além do mais ela não sabia que tinha uma aneurisma cerebral.
A tarde numa ambulância chegamos no outro hospital, despedi-me dela, enquanto a maca deslizava pelo corredor do hospital eu aguardava a visita de um médico para me falar alguma coisa.
Logo após me chega um médico, era um senhor já de uns setenta anos mais ou menos, que prontamente me falou.
Fique tranqüilo, a sua esposa está em boas mãos.
Voltei para casa foi uma noite de terror, logo cedo alguém ligou, para eu comparecer ao hospital, eu nem imaginei... Ao chegar no hospital triste mas feliz... Porque iria revê-la, mas não foi esta a realidade. Pois já era morta aquela quem eu tanto devotei.
Agora era cuidar dos funerais, voltar para casa e curtir a solidão.
É chegado o dia da missa de sétimo dia, cheguei eu e a minha filha, adentramos na igreja... Havia um gatinho encostado na poltrona, que ao sentarmos, pulou no meu colo, e começou a chorar, depois pulou no colo da minha filha e repetindo começou a chorar, caia lágrimas, o gatinho passava a mão no meu rosto, e no gesto desesperado o gatinho soluçava. A missa terminou e o gatinho saiu correndo e desapareceu.
Isto já fazem dois anos a meio, eu quis compartilhar isto com vocês.
 
Autor: Antonio Hugo.