A morte do cisne

Em um lindo lago, o último suspiro de vida.

Na contemplação de uma imensa lua, o ofuscar da vida.

Em movimentos metricamente coordenados, a exaltação do fim.

A cada performance, uma lágrima abrolhava dos meus olhos.

Parecia um anjo, um deus, uma luz que irradiava na magnitude da vida.

A arte gritava em seus delineados e compassados gestos.

Quanta emoção, quanta reação, quanto amor...

Luz, sinergia, o fluxo vital, a irreflexão da vida.

Uma lira imortalizada.

Um poema divinamente consumado.

A exclamação da existência!

A ressonância dos ecos da morte.

Um bucólico e abstruso crepúsculo.

O lago ganha vida, e a vida se esvai, das entranhas daquele majestoso cisne.

A canção "The swan" promove a valsa da morte.

A luz é corroída pelas trevas.

A dor dilacera a alma, que enfadada pela solidão se nutre de compaixão.

As flores, a lua, as estrelas e o céu negro emanavam energias salutares.

É tarde demais, o fim foi proclamado...

Em prantos a natureza desmaia.

O desespero sucumbe à flamejante lua.

O céu negro ampara as estrelas.

As flores desfalecem.

Os peixes nadam desordenadamente.

As aves promovem a revoada.

O lago se agita.

Em luto, o mundo abraça o todo que circunda o lago.

O lago é privilegiado e imortaliza a vida e a morte do esplêndido cisne.

Um bailarino que se fundiu com sua arte.

Uma arte pragmatizada em seus últimos movimentos de agradecimento à vida.

No fundo do lago, os restos mortais de um artista que nunca se esvai.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 11/08/2015
Código do texto: T5342161
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