O HIPERMERCADO

Estamos em pleno século XXI e, ingenuamente, muitos acreditam que os hipermercados e organizações congêneres, surgiram no século XX, sucedendo os velhos empórios ou armazéns de secos e molhados, com o setor de armarinhos, e um pouco do pequeno tudo que existia na época, quando o Brasil tinha apenas uma incipiente e tímida “indústria” caseira de produtos básicos, ao lado de atividades meramente extrativistas. comandada pelos cafezais e pela cana de açúcar. Essa confusão nasce da idéia de que hipermercados se destinam exclusivamente à venda de produtos manufaturados por indústrias de produtos alimentícios, e não alimentícios como eletrodomésticos, roupas, utensílios domésticos em geral, etc., destinados ao último elo da corrente produtiva: o consumidor.

Com efeito, parece-nos que iremos surpreendê-los, pois o Império Romano, detentor do mais poderoso “braço militar” da época, institucionalizou também, no ano 325 d.C., o seu “braço teológico” através do Concílio de Nicéia, convocado pelo Imperador Constantino, sendo o “braço militar” decepado na queda do grande e poderoso Império Romano, mas o seu “braço teológico” permanece até hoje, mais vigoroso ainda! Eis aí, o primeiro, mais grandioso, poderoso e duradouro Hipermercado que surgiu na face da Terra, que completa 1690 anos de existência oficial, sem retroagir ao Edito de Milão de 313. Não sabemos se Constantino foi ou não canonizado, pois não temos afinidade com essas nomeações, mas não se conhece quaisquer fundadores de empresas, nem os da P&G, que o igualem nessa condição! Em função do grande “Cisma”, no século XIV, surgiram muitas outras redes de Hipermercados similares, em todo o Planeta, inclusive nas terras tupiniquins, como as redes “Universais”, “Internacionais”, “Mundiais”, e muitas outras do gênero, podendo ainda ocorrer o surgimento de alguma rede “Intergaláctica”, “Cósmica” ou coisa parecida.

Os hipermercados e empresas mercantis em geral, oferecem aos seus clientes, uma enorme variedade de produtos para uso e consumo, adequados a todas as necessidades da sociedade moderna, atuando como um importante intermediário no ciclo econômico de produção e consumo, recolhendo os impostos devidos e oferecendo empregos a um respeitável contingente de pessoas, além de investir recursos nas suas instalações e na sua manutenção. Por sua parte, os Hipermercados teológicos, isentos de impostos e praticamente, sem necessidade de empregados, vendem apenas um tipo padrão de mercadoria: a FÉ, intangível, sem necessidade de fontes de produção, sem necessidade de instalações para estocagem de mercadorias corpóreas, sem necessidade de complexos e custosos mecanismos de controles administrativos e de produção, (somente a indispensável contabilidade, aliás, inventada pelo Frade franciscano Luca Paciolo (1445-1515), pelo “Tractatus de Computis et Scripturis” impresso em 1494, atendendo às necessidades de controle das finanças, do Hipermercado/Banco, digamos assim. Ademais, quando necessitam de mão de obra, seja para as suas tradicionais festividades comerciais, (similares àquelas que Cristo dispersou à chicote) ou para outras quaisquer, conta com o pessoal de boa vontade, voluntários perseguidores do caminho para o céu, que oferecem mão de obra grátis para esses Hipermercados da Fé. Caso alguém conheça algum negócio melhor, excluídos os ilegais, que os apresente agora, ou “calem-se para sempre”!

Assim, como uma colaboração para os mais afoitos, advertimos que a coisa não é tão fácil como aparenta, pois há um poderoso obstáculo no caminho: uma intensa, ferrenha, implacável e até desleal: concorrência. Ué, por que será? Bem... com base na “Veja” (veja só!) podemos consultar os atuais “Ícones” da salvação e eles irão ensinar as artes do sofisma, e também as fiéis a fazerem uso da “portinha da felicidade” e os fiéis, a adentrar a “portinha da felicidade”, como ensina a filha do neo-Rabino (que segundo Agamenon Mendes Pedreira, anda com o “rabino” preso com a justiça federal e a Divina) e assim, todos serão felizes para sempre e irão todos para o céu, sem nunca, jamais e em nenhuma hipótese, se esquecerem dos DÍZIMOS. Dize-me, não basta o governo? Afinal, concluímos este texto, hiper sufocados pela sabedoria das plagas tupiniquins, onde “em se plantando, tudo dá”, inclusive a corrupção. Assim, “se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come” e ainda aguentar a filosofia do Mané: “Há males que vêm pra bem”?!?! Pois é, “Rapadura é doce... Mas não é mole não”!