A mulher que me roubou Eduardo.

Não queria que acabasse, mas tive que aceitar.

Demorou pra cair a ficha, eu confesso e doeu, doeu muito.

Eduardo pediu um tempo, pensei que fosse voltar rápido. Um tempo costuma ser um momento de consertar o erro e voltar ao bem viver, mas quando tentei consertar as coisas, fui perseguidora.

Eduardo tinha marcas muito fortes. Não somente em seu corpo tinha expressões e formas muito definidas e memoráveis, mas no falar, no carinho que me dava, na forma que nos colocávamos um no colo do outro como bebês, nos planos que fazíamos, no sexo que praticávamos. Tudo era inusitado, era novo. Eduardo foi meu primeiro namorado, meu primeiro homem na cama, na sala, na cozinha, na lavanderia, no cinema, nos fundos do shopping, nos andaimes, nas escadas, na piscina, nos salões de festa, em público. Eduardo sabia como me fazer feliz. Nossas carícias eram únicas: eu gostava de olhar sua testa, ela sempre me dava a resposta do que ele estava sentindo e ele não entendia mas não precisava. Não foram poucas as vezes em que parei e o admirei com meus olhos pequenos curiosos, os seus grandes e intensos olhos que viram coisas que fariam medo e deixariam marcas até no mais forte dos homens.

Ah Eduardo, quanta falta me faz.

Não posso nunca aceitar o fim de nosso relacionamento. Não posso. Perdoe-me os erros e a tão citada imaturidade por ter tentado retomar a nossa historia, mas imaturidade é esperar que alguém que te ama receba a surpresa de uma separação de forma estática, com um simples "tudo bem".

Eduardo, um amor verdadeiro não se deixa ir assim, ainda mais por conta de uma qualquer! Que aquela figura nunca mais apareça em minha frente, pois no dia em que ela ousar, a destruirei com todas as minhas forças. Não me surpreendo que meu pai tenha a colocado entre nós, visto que não havia outra maneira de sustentar a minha família.

Mas Eduardo, estivemos com ela por estes quase sete meses e só agora me deixastes? Eu a mataria quando estes sete meses virassem onze.

Por causa dela, eu aceitei todos os teus pedidos de "não saia, ficarei inseguro te esperando voltar de seu passeio" enquanto os meus passavam a não ser escutados por mim mesma, mas eu abria mão de minha insegurança pela tua, do meu sorriso pelo teu. Porque não fazer nossa historia durar?

Preciso seguir, no entanto, guardo bons sentimentos. Espero que o tempo voe para que você retorne, pra que eu possa te abraçar e te beijar de novo, se assim for da vontade do tempo que me pediu e ele saiba como nos conduzir pelos caminhos da vida.

E quando àquela qualquer chamada distância, farei-na queimar como brasa em fogueira até virar pó. E se mesmo assim não voltares, meu Eduardo, chorarei mais um dia como foram esses últimos três desde que me deixou.

E me reerguerei como hoje fiz.