O Sabor da Liberdade

Uma sensação obscura invade-me.

Entre celas, a opressão da liberdade.

No olhar o grito de socorro dos encarcerados.

Em meio a um ambiente fétido, a esperança ligeiramente surge.

Os indivíduos ali confinados tristemente narram a sua realidade.

Jovens, idosos, mulheres sentem na pele a "justiça" humana.

Os agentes carcerários esboçam uma expressão de superioridade.

O Judiciário decreta e homologa a sentença.

Estão pagando o erro, com a privação da liberdade. Essa é a solução?

Em uma visita para coleta de material biológico, pude sentir na pele os efeitos da prisão.

Um jovem olhou nos meus olhos e disse: "Que bom que você veio, não queria sentir o gosto da liberdade".

Em uma cela ao lado, outro jovem meneou com a cabeça, dizendo: "Quando saímos, somos humilhados. As algemas e a própria viatura policial nos crucifica como bandidos, marginais, monstros".

"Ninguém vê a possibilidade da mudança. Todos querem julgar!".

Meu coração em prantos instigava-me a perguntar a mim mesmo: Como poderia ajudar, o que fazer?

Em uma pequena cela, um grupo de indivíduos, que por infringir as leis humanas foram exilados do contexto social.

Mas quem são os condenados? Quem são os condenadores?

A solução é o aprisionamento, ou a reeducação?

É chegada a hora da revisão de todas as estruturas instituídas para a vigente ordem da vida social humana.

O primitivismo deve ser banido da nossa perspectiva intelectual e filosófica.

Progredimos, mas arrastamos a origem instintiva até os dias atuais.

Muitas das nossas atitudes são difundidas de forma irracional.

O materialismo de conluio com o egoísmo fecunda o autoritarismo que dita as regras humanas.

Existe um universo desconhecido à nossa volta, não podemos morrer nas profundezas da incompreensão de uma razão tola.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 01/10/2015
Reeditado em 01/10/2015
Código do texto: T5400475
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