O MEU LÁPIS É UMA PEÇA

O MEU LÁPIS É UMA PEÇA - por Olavo Nascimento

O meu lápis é uma peça! Êta pecinha irrequieta, nervosa e excitada! Este pequeno objeto cilíndrico de madeira, delgado e com uma ponta aparada liberando o grafite, não pode ver um pedaço de papel. Não importa o tipo deste derivado da árvore que, ao vê-lo, o danado do "magrinho" começa a soltar em meu bolso doido para sair. Seja em qualquer folha branca e virgem, no verso livre de algum texto escrito, no pequeno espaço encontrado no jornal amarrotado ou não e até em guardanapos após o almoço que, independente do momento, eu tenho que dar vazão à sua inquietude.

É exatamente nessas horas, que o grafite do meu lápis não perde tempo diante de qualquer papel e logo se posta a dançar sobre ele em movimentos assimétricos, sinuosos e esfomeados. Instigado pela mente que não se cansa de jogar ideias para a mão que comanda essa dança, a danada da pontinha negra de carbono vai desenhando letras, formando palavras e completando frases. Não se importa sobre o que está sendo formado pelos sinais gráficos, desde que o final represente fielmente o que foi inspirado pelo meu pensamento.

A minha inspiração está sempre acesa e não cansa de inventar histórias, romancear sentimentos ou comentar fatos. Com esta semente fértil e maravilhosa que vem de meus pensamentos, o meu lápis já colocou no papel reminiscências da minha infância, da adolescência e da juventude. Transformou casos passados em contos, fatos recentes em crônicas, homenagens e agradecimentos em mensagens e acrósticos, além de amores e paixões em prosas e poesias. Foram vários instantes de concentração em busca de palavras, frases ou versos que visavam o encaixe correto ou quase perfeito no alvo pretendido sem prejuízo da comunicação. E é assim, com as graças do Nosso Pai Maior que não me abandona, que tenho procurado compartilhar com amigos, seguidores e interessados, todo o meu acervo literário que tem sido exposto com transparência e sem frescuras.

Gostar e saber escrever é um dom maravilhoso que deve ser aproveitado e jogado pra fora, porque um texto pronto e bem elaborado sempre nos traz a satisfação pela criação de algo novo e inédito. É quase comparável à felicidade que nos chega pelo nascimento de um filho. Tanto faz o que o meu lápis venha a desenhar, desde que chegue aonde eu quero. Pode ser na revolta de uma crônica sobre fatos lamentáveis, em cartas expedidas ou respondidas, nos pequenos apelos e recados, em mensagens, trovas, pensamentos e nos versos românticos de amores apaixonantes, sofridos, distantes ou saudosos.

Hoje em dia, por força da tecnologia, o meu lápis virou teclado de computador e o papel a tela do modem. Mas a inspiração que me fez chegar até aqui no final deste texto, não podia se esquecer desta pontinha fina e saliente que tanto já fez por muitos escritores, estudantes e pra todos aqueles que precisavam se comunicar em tempos remotos. Portanto, não deixa de ser uma homenagem e agradecimento ao alemão Kaspar Faber, que em 1760 iniciou a industrialização do lápis que revolucionou e incrementou a comunicação no mundo, a partir da famosa marca de lápis Faber-Castel até hoje em evidência. Palmas pra ele então, mesmo não estando mais conosco neste planeta terrestre.

SALVEMOS, PORTANTO, A INSPIRAÇÃO, O LÁPIS, A TECNOLOGIA E A COMUNICAÇÃO.

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AGRADEÇO A SUA VISITA E COMENTÁRIOS.

ABRAÇOS, SAÚDE E PAZ NO CORAÇÃO.

OLAVO NASCIMENTO

blogolavonascimento.blogspot.com.br

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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 28/11/2015
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