Filho homem é que nem cachorro

Boa tarde meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que às vezes aparecem por aqui para curtirem uns frutos do mar literários. Por falar nisso, os frutos estão me aguardando para o almoço e, por isso, publico agora, antes do Baca horário tradicional de toda Baca sexta. Aliás, nem é exatamente por isso, mas porque às 17h19min estarei à sombra das montanhas, sentado numa cadeira de praia, olhando para o mar, lendo Bukowiski, apreciando as mulheres e, em intervalos, mergulhando e cortando as ondas dos "verdes mares bravios de minha terra natal", como escreveu o velho Alencar.

Dito isso, indo ao assunto de hoje, afirmo: filho homem é que nem cachorro!

É a conclusão a que chego com essa faze em que anda o Toninho Jr. Arrumou uma namorada e, agora, não sai da casa da catrefa. Parece eu com a idade dele. Agora eu sei da dor que causei ao peito do velho Bacamarte, meu pai.

Eu tinha um cachorro, o Atlético Mineiro (era todo preto e branco), que vivia pulando a cerca da casa para ir correr cadelas no cio pela vizinhança. Voltava, frequentemente, todo rasgado, o que me levava a formular a hipótese de que ele não conseguia reproduzir, apenas levava um laço dos cães maiores. Parra mim, sobrava às custas do serviço do veterinário, que sempre me recebia com um sorriso e com os braços abertos, o canalha careiro.

Não que o Toninho Jr volte quebrado para casa, ele apenas, como o Atlético, some por dias. Logo, fácil concluir pela simetria de comportamento dos cães e dos filhos homens.

A Louise veio choramingar comigo: "O Toninho não fica mais em casa". Eu dou uma ideia: "Quem sabe a gente manda castrar ele?" Ela fica brava, resmunga, mas essa era a solução que sempre me dava para resolver o problema das noitadas do Atlético, coisa que eu nunca fiz. Bem capaz que eu iria capar meu guaipeca e tirar-lhe a alegria e a aventura de ser um cusco de vila!

Esses dias o Toninho Jr trouxe a guria lá em casa. Tive de dar razão às atitudes dele, bem comível mesmo a tal Marcela, embora um pouco enjoadinha. Lembra a Louise quando nova. Vai ver até o Toninho Jr tá resolvendo, sei lá, um Complexo de Édipo dele com a tal. Vá saber! Pink Freud explica.

Pensei em arrumar uma coleira para o Toninho Jr ficar mais por casa, eis que essa era a única medida que resolvia o caso do Atlético quando a coisa estava demais e o veterinário começava a falar em trocar de carro e comprar um 0km. No caso do meu filho, talvez, o ideal seja um para de algemas, só que a Louise, que é quem, ao final das contas, manda lá em casa (mulher ruim, de gênio forte), não concordaria, claro. Continua enjoada essa mulher, mas ainda é bem comível também.

Entretanto, visando manter alguma autoridade em meu lar, já "mandei" ela parar de reclamar para mim das ausências do Toninho Jr, que isso já encheu minha paciência. Só para provocar, disse para ela tomar um "chá-de-marcela" que isso passaria. Rendeu uma semana de greve conjugal, mas compensou rir da cara de fúria que ela fez.

Até a semana que vem. Abraço.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 08/01/2016
Reeditado em 08/01/2016
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