Rapinagem

Rapinas na net! Olha os picaretas aí, gente!...

Eu acreditava que eles morassem nas bolsas de valores, nos bancos safados, nos ambientes governamentais de Brasília, na White House, etc. Mas chegaram desgraçadamente às artes literárias e também às produções científicas!

Nossos escritos percorrem mundos e estão em muitos lugares reais e virtuais e tal coisa, opostamente ao que se possa pensar, estar a nos deixar tristes e preocupados – e ao mesmo tempo de orelhas em pé! – porque não mais poderão ser tão somente o resultado de grata satisfação angariada em decorrência de nossos esforços recompensados por termos nos esforçado em escrever os ditos com melhor qualidade, honestidade e beleza, por certo. Penso eu, cá com meus botões – e, obviamente, com as teclas de meu microcomputador! – ser penas um minúsculo ente a manipular palavras do Português. Bem, certo ou não, estou imerso no descomunal universo das letras virtuais porque modernamente vivo muitas horas por dia plugado e espraiado na teia universalmente democrática de computadores curiosos e espiões de nós e de tudo... Todavia, respeito às telas que se descortinam para mim e me fazem sabedor da criação dos mortais nas áreas que são do meu interesse e, assim, muito enriquecem meu cabedal de conhecimentos, sem que eu precise remover o nome de seus criadores e, como num passe de mágica, inserir meu nome no lugar da graça do autêntico criador. Infelizmente, a Ética parece ser mais forte nos livros que a tratam magnificamente do que entre os homens, filhos do Criador. Ela tem fraquejado em consequência da vulnerabilidade do caráter que só o homo sapiens se nos parece, de fato, ser acometido. Lastimo que haja ser com a horrenda doença que se desvia da grandeza do comportamento ético e que esfacela e atinge a Moral de modo tão cruel. E daí? O que devemos fazer? Pagar pelo registro oficial e legal de nossas criações individualmente? Só divulgar no meio virtual os textos já publicados na forma hardware, ou seja, em livros, jornais, revistas, etc?... Por que temos que nos preocupar com a nossa própria criação? Talvez devêssemos tal preocupação quando de registros de palavras erradas, linguagem escrita intolerável e outras tantas coisas entendidas como de baixa qualidade, não é mesmo? Mas a coisa não é bem assim e a gatunagem acontece exatamente sobre o que escrevemos de melhor. Ladrão de textos faz 'escolha inteligente'! Ah, como lamento saber da existência desse tipo de pilantragem! Não é de hoje, certamente, que a roubalheira está a nos revelar tais inglórias. Sim, sei até do roubo do acadêmico mítico ou esotérico que traduziu a letra de uma música inglesa dos anos 50 e a registrou como de sua lavra nos anos 70, a qual fez enorme sucesso após ser musicada pelo roqueiro Raul Seixas. O leitor mais esclarecido sabe de quem estou apontando... Muitos casos existem no mundo e não apenas nos cantos tupiniquins, devo informar que não se trata de novidade alguma!...

Para contrapontear essa coisa medonha, proponho a criação de um modesto espaço para a revelação dos nomes, e-mails, homepages, etc. de cada larápio identificado e caracterizado como plagiador de trabalho artístico ou científico, de qualquer que seja a arte ou ciência plagiada, respectivamente. Caso o marginal ou ladrão se sinta "incomodado", sobrará ao inescrupuloso pilantra recorrer pela via que entender como apropriada à sua 'defesa' absurda. Dessa forma, a vítima sofredora do plágio não necessitará provar sua própria, devida e justa autoria, da qual haverá de existir a data da primeira divulgação do surrupiado trabalho, conhecida ou sabida pelo mesmo ou por outro verdadeiro, impoluto e honesto escritor, leitor ou amigo das artes e/ou das ciências, este último podendo ser um internauta conhecedor da história da obra original subtraída, que certamente ainda guardará cópia de algum e-mail ou terá algum hard disc contendo o registro do escrito uma vez posto na net ou divulgado através de mídia qualquer.

Para o título do espaço ou site de divulgação de copiadores e plagiadores e gatunos de trabalhos alheios no meio cibernético (aliás, de qualquer meio de informação!), proponho RAPINARTE. Outras propostas poderão enriquecer esta singela sugestão e nem por isso ficarei enciumado ou pensarei estar sendo copiado! Sugiro ainda a criação do DIA DO COMBATE AO PLÁGIO, caso ainda não se o tenha instituído por aqui, só para ficarmos na moda!...

Aproveito também para informar aos então focados larápios que a maioria de meus trabalhos divulgados na net postam em livros de minha lavra ou de autoria coletiva (coletâneas e antologias, famosas e proliferadas nos quatro cantos do mundo), anais de eventos técnicos e científicos. Outro tanto venceu concursos literários em editoras nacionais em datas conhecidas ou têm os inerentes direitos autorais já registrados, legalmente efetivados através de documentação específica e cópias depositadas do texto na Biblioteca Nacional. Por conseguinte, senhores descarados ou sem personalidade e caráter, não subtraiam textos de minha propriedade e não copiem parte de meus 'filhos' literários ou científicos, legítimos e nascidos ou oriundos de minha pena, certo? Saibam ainda que eles são a minha cara!... Por conseguinte, se eu for incomodado por intromissão alheia no uso indevido, imoral e ilegal de meus textos, sem sombra de dúvida alguma, haverei de tomar todas as providências possíveis e inimagináveis que me são legalmente permitidas pela Justiça dos tribunais do Brasil ou de qualquer lugar do globo, onde minha defesa possa acontecer. Eu também não descarto a recorrência à justiça dos homens ofendidos ou agredidos moralmente, que reconheço ser a mais comumente empregada entre os mortais mais sensíveis e, quase sempre, mais vexados na execução de suas causas inadiáveis.

Abaixo os gatunos de textos literários e de toda e qualquer obra artística ou científica!

Salvador, 01/03/2003.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 27/02/2016
Reeditado em 07/03/2016
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