``O féretro do Vigário Colado, João Jose de Araujo Vianna, 17 de junho de 1862``

Os sinos da Matriz ressoavam tristemente... de tempos em tempos –curto/longo... Voavam em sons de lamentos, largamente, vencendo os limites da freguesia do Belém...

Tornaram-se constantes, quando da aproximação do cortejo fúnebre. Um esquife de alças de corda, em numero de quatro, adornado por 400 tachas de cobre, novinhas, reluziam as réstias de raias do sol. Pingentes roxos, tremulavam, brincando ao vento ... Perfume de flores campestres caiam pelo caminho! A tampa, ainda sem pregar, parecia boiar sobre a estrutura enquadrada de madeira e, por vezes, teimosamente, parecia não querer ir ao destino ...

Três músicos embalavam sons, voz e instrumentos, aos passos respeitosos do cortejo.. Onze, o montante de musicas arroladas. O pó no ar era intenso, dado ao grandioso acompanhamento.

A antiga Matriz, a quatro anos reformada, receberia o corpo do Vigário, para ali, ser velado!

O choro das beatas, compadres e amigos, juntados ao badalar das sinetas, aos cânticos tristes, a dúbia luz interna do sacro espaço que, envolto ao fumo da imensidão de velas tremulantes, compunha, ilustrava, realçava mais ainda, o sinistro aparato da morte.

O corpo do Padre Vianna, fica exposto, então, na armação inclinada, quase ao pé do altar, em cujo, entronada estava, a pequena imagem de Nossa Senhora do Belém, trazida por Florencia Maria de Jesus... ! Envolvido em batina preta, nos pés, botinas de couro, reluziam de escovadas fartas, um rosário e um missal nas mãos, flores, sem exagero, era o que continha o rustico esquife de madeira dura. ( ... )