Uma mensagem na garrafa (EC)

Ano XVI da era espacial milênio. Num meteoro qualquer, de uma galáxia percebida como ponto cego (que era uma forma de dizer “não vi, logo não existe”), dois garotos descobriram uma praia. Está certo que era uma praia onde não havia água, mas ainda assim era uma praia bonita pela memória de que em algum momento havia sido banhada pelas ondas, sacudida pelos ventos, marcada por pés e patas de animais.

Barba Negra e Peter Pan (os garotos a cada dia recebiam nomes diferentes, conforme a aventura que iriam brincar) lutavam usando espadas de raios. Barba Negra usava um meio tapa-olho roxo para combinar com a luz que vinha de sua espada; já Peter Pan, usava óculo de sol espelhado para se proteger do brilho branco da sua arma.

Foi ali entre os seixos que avistaram um objeto desconhecido para eles, onde estava escrito por fora: ABRA SEM VER. Como eu havia explicado: naquele meteoro o que não era visto não existia. Isso levou os garotos ao impasse: Como abrir sem ver? Como ver sem abrir? Não era para ver no momento de abrir? Ou não era para ver o que havia dentro?

Deixe-me explicar que os garotos descendiam dos antigos Minions de um só olho. Com a evolução, o olho daquela espécie não fechava e nem piscava, pois não necessitava disso para dormir e nem havia vento que o ressecasse. Como eram bons garotos, levaram a garrafa (só nós sabemos que era uma garrafa) para ser decifrada pelos demais habitantes.

Para encurtar a prosa, informo que por conta da especulação do que aquelas três palavras queriam dizer, sem querer desrespeitar a norma “não vi, logo não existe”, esse povo foi encontrado no ano MMM ainda tentando entender sem ver o que havia dentro da garrafa.

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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Uma Mensagem na Garrafa

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