Um Louva-Deus e os destroços de sua árvore.

Era um destroço de troncos de árvores multilados, picados pedaço a pedaço... Triste e indignada resolvi fotografar, quando, em meio ao amontoado de galhos e nacos de troncos dilacerados, vi um inseto verde: era um louva-Deus! Ele estava no topo de um dos galhos cortados e mirava os homens que terminavam de corta os restos de uma árvore. Percebendo a minha presença ele olhou-me frente a frente, nos olhamos. E num instante éramos um só! Num instante nos revelamos um ao outro. Compreendíamos. Tínhamos em nós o mesmo sentimento. Seus olhos falavam o que nenhuma palavra precisava dizer. Aflito olhava para os homens que cortavam a árvore e tremia. Olhava para mim, fitava meu espírito dizendo-me tanto, nos dizíamos... E os operários intimidados com minha presença, e porque filmava, pararam os trabalhos. Em certo momento, o louva-Deus pulou em minhas mãos e permaneceu nelas mais calmo. No entanto, quando tentei tirá-lo de lá para levá-lo até outra árvore, ele se jogou novamente nos restos mortais daquelas árvores e subiu até o mesmo ponto de onde mirava anteriormente. E lá se pôs a olhar os operários que destroçavam o seu lar, a mãe que lhe alimentava, o seu mundo, verde mundo agora sem esperança nenhuma.

Nunca esquecerei o que vivi naquela manhã de 22 de abril de 2016. Estejam certos: todos os seres possuem espírito e entendimento. Como disse o sábio Cacique de Seattle, a quase dois séculos de era: “Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados” e “tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra”.

Pense e aja sobre isso!