FAVELA & SILVIO CALDAS

Depois da postagem de uma crônica, sobre um crime de estupro coletivo, me bateu uma saudade de Silvio Caldas, uma época em que favela virava poesia, belas canções, a pobreza era quase lírica...."a porta do barraco, era sem trinco e a Lua furando nosso zinco, salpicava de estrelas nosso chão, tu, pisavas nos astros distraída....que coisa mais linda!

E hoje favela virou um mar de sinônimos, só que do mal. Pena generalizar, pois tantos são os trabalhadores do bem e honestos, mulheres guerreiras, tentando preservar a família, sob condições de medo, sub-existentes do abandono dos gananciosos dirigentes políticos de nossa Nação.

Ainda prefiro a beleza dos humildes vencedores, que cantam suas dores e alegrias, nos diversos ritmos musicais. É uma pena, que os mais populares ritmos, ganhem letras tão obscenas, de apologia ao tráfico e armas, com palavras de tão baixo calão, que não citarei aqui. 

Volto à poesia, onde se pode viajar em fantasia, flutuar entre doces melodias, dedilhar letrinhas nos papéis e telas, com cor e beleza.

Silvio Caldas, se ainda estivesse em matéria, por aqui, tingiria as alvas madeixas, em luto, por tantos absurdos..."nossas roupas comuns dependuradas, na corda, qual bandeiras agitadas, pareciam um estranho festival...

Saudades de paz!


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 28 de maio de 2016.

(créditos às referências à música Chão de Estrelas e ao cantor mavioso Silvio Caldas)

 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 28/05/2016
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