ÁLBUM DE FOTOS

ÁLBUM DE FOTOS

Após uma semana de seu casamento, Alice recebeu o álbum de fotos do evento.

O fotógrafo, um exímio profissional, mostrou realmente a sua categoria, pois as fotos eram primorosas. Um requinte!

Alice examinou folha por folha com cuidado, sem pressa. Todos estavam lá, pois em diversas fotos foram agrupadas várias pessoas: parentes, amigos, conhecidos e os paroquianos da Igreja de Santo Antônio, do bairro onde sempre morou. Que maravilha! Não faltou ninguém.

Mas, a última folha estava vazia.

Alice telefonou para o estúdio fotográfico para confirmar se não faltara uma foto a ser encartada.

O próprio fotógrafo a atendeu e explicou-lhe que, de fato, contaram o número de folhas corretamente, mas ao encartar as fotos verificaram que só havia fotos para até a folha de número trinta e dois.

Mas, como o álbum fora enumerado para trinta e três folhas, a última ficou sem foto.

Alice acalmou-se, pois pensava que quando mostrasse o álbum de fotos aos parentes, amigos e conhecidos, alguém poderia não ver a sua foto e chamar a atenção para o detalhe e causar, no mínimo, um constrangimento imperdoável. Entretanto, lembrava-se muito bem que deixou-se fotografar com todos os convidados e, da mesma forma, partira uma fatia de bolo para cada um. Promessa que fizera há muitos anos. Promessas são promessas!

Mas, ainda assim, por que faltou uma foto? Algo não se encaixava. Era uma inquietação estranha, pois fizera tudo como devia ser feito dentro dos padrões éticos e religiosos da Santa Madre Igreja.

E pensava: Fui batizada, fiz primeira comunhão, crisma, noivado e casamento na mesma Igreja e com o mesmo padre, o Pe. Anselmo, e meu marido também, pois sempre moramos no mesmo bairro.

Por que então este sentimento angustiante?

Alice foi pedir uma orientação ao Pe. Anselmo, que a aconselhou a não ficar tão magoada, que mantivesse a calma e orasse a Jesus para que lhe fosse revelado o motivo de estar assim.

Alice voltou a casa pegou o álbum e buscou uma posição confortável, abriu-o e começou a orar. Depois de algum tempo silenciou, fechou os olhos e aguardou uma resposta.

Ao abrir os olhos Alice encontrou a resposta.

Como já havia nos lembrado, casou-se em nome de Jesus, na Casa de Jesus.

Mas,... ela não convidou Jesus, não partiu uma fatia do bolo para Jesus e não tirou nenhuma foto com Jesus.

As lágrimas correram pelo seu rosto.

À noite, quando Alberto, seu marido, chegou, Alice contou-lhe tudo. Ele também ficou triste. Mas Alberto que era homem de atitude e criativo disse a Alice que tinha solução para o caso.

No dia seguinte, pela manhã, foi com Alice a uma loja católica, comprou uma bela estampa de Jesus Misericordioso e levaram-na ao Padre, que a abençoou.

Chegados a casa pegaram o álbum e retiraram a foto do momento em que o Padre os declarou marido e mulher e, na primeira folha, colocaram a estampa de Jesus Misericordioso junto com a foto. Ficou um primor.

Alice tranqüilizou-se e começou a meditar sobre o acontecido e lembrou-se de parte de um verso musical de um amigo seu, compositor, que diz assim: “Tu que por mim morreste de mim não Te esqueceste...” Mais adiante o verso que a tocou fundo referindo-se a ela: “Mas Seu retrato eu não vi porque de Ti me esqueci”.

Queridos nubentes do momento,

Convidaram Jesus para o casamento?

Sim!

Parabéns! Sejam felizes.

WALTER BOZ – MDM

FARNEY MARTINS
Enviado por FARNEY MARTINS em 03/07/2016
Código do texto: T5686030
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