Dinheiro não traz felicidade?

Eu comprei uma bomba de chocolate e paguei R$6,50 na padaria Lar Sol, reclamando horrores por dentro por conta do valor, mas a felicidade foi ativada junto com a liberação de endorfina logo na primeira mordida. Isso não quer dizer que eu só consigo viver feliz se eu comer chocolate, não se esqueçam que existe batata frita. A questão é, eu enfiei na minha cabeça que descobri finalmente o que quero fazer na vida. Assim que entrei na área de treinamento corporativo há uns 5 anos mais ou menos quando trabalhava na Atento como operador de telemarketing, ficou muito claro que era o que eu queria fazer. Aliás já havia experimentado tal sensação antes com 16 anos, quando fui convencido pela minha Dindinha a fazer uma entrevista para ser professor de informática. Passei, comecei a dar aulas e vi que era muito legal. Pois bem, enquanto instrutor dentro de uma empresa e depois de começar a estudar e pesquisar mais sobre andragogia, vi que eu havia me encontrado finalmente.

Deu no que deu, que subi de cargo, virei analista e alguns problemas tanto profissionais, quanto pessoais resolveram aparecer. Problemas esses ligados diretamente à pessoas. Fiz que fiz e saí depois de 5 anos. E agora eu vou fazer o quê? Fui ser Dj. Já havia me formado, mas nunca havia discotecado. Um amigo meu que é Dj famoso em São Paulo descobriu que eu tinha um certificado de conclusão e me deu a maior bronca por nunca ter lhe falado, estava precisando de um doido pra tocar em uma festa. Fui, me amarrei, o dinheiro é bom, está certo que nas primeiras vezes o cachê era menor ou nenhum, mas a sensação era incrível.

Eu sou do tipo de ser humano que detesta ficar sem fazer nada e o trabalho como Disc Jockey se limitava aos finais de semana. Me irritei e comecei a enviar currículo. Me matriculei no curso de inglês e fui fazer academia. Entrei novamente em um Call Center e saí depois de um ano por conta de uma vaga em treinamento.

Caro leitor, depois de te fazer rodar pelo resumo da minha carteira profissional, peço que tente não ficar desapontado comigo, mas vamos aos fatos: Eu continuava sendo Dj e agora eu havia voltado a ser o que mais gostava, um instrutor de treinamento corporativo.

Só um detalhe, eu queria estudar. Já havia me formado pela Unip em Gestão de Recursos Humanos em 2014, ou seja estava há dois anos com o mesmo diploma, ou era pós em docência no ensino superior ou era psicologia. Me matriculei em pedagogia.

Melhor explicar, né? Então, decidi não fazer a pós agora, por que as universidades mais em conta me ofereciam o curso no sábado o dia inteiro, ia de encontro com os meus outros dois serviços. Não fui para psicologia, pois conversando com uma grande amiga minha numa festa julina esse ano mesmo, fiquei desacreditado nas coisas que ela me contou do que teve de lidar em seu estágio. Não é pra mim, não agora. Pedagogia, me dá a licenciatura para dar aulas, fechou né?

Depois de dois meses e meio na Flex, pedi demissão. Você já quer me bater? Eu fiz isso pelo seguinte, eu queria estudar, já havia decidido o que iria fazer, só não comecei em janeiro pois resolvi torcer meu pé, eu conto essa história em outra crônica, ela é boa. Minha chefe tentou me convencer dizendo para esperar mais 6 meses, acontece que não se tratava desse período, eu me formei em 2014 eram dois anos gata.

Eu precisava mudar meu horário, não dava. Conversei por umas 4 vezes eu acho. Pedi pra sair. Meu pai me fez um empréstimo, vou pagando a faculdade até passar em outra entrevista, inclusive a empresa anterior me quer de volta, só tenho que esperar aquela burocracia de 6 meses para voltar.

Resumindo, você pode concluir: o cara fez que fez, infernizou, rodou e rodou e parou no mesmo lugar? Não enxergo assim não, além da experiência adquirida eu posso deixar bem claro, pra eu mesmo, ninguém paga as minhas contas. Eu posso deixar bem claro que o dinheiro que eu ganhei foi ótimo, mas nenhum me comprou. O dia que eu for escravo do que eu faço, ou me sentir assim, eu pego minhas malas e vou embora. Vai ser sempre assim? Não sei, acho que depende muito da sua necessidade, se eu fosse pai de família com não sei quantos filhos para criar, com certeza não teria metido o pé, mas como minha realidade é outra, por que não? Acredito que as oportunidades existem para serem aproveitadas e que os erros do passado só se repetem se a gente permitir.

Aquela bomba de chocolate me faz falta as vezes, mas nesse meio tempo descobri um amor na minha vida e a capacidade de fazer faculdade a distância, claro depois assistir um episódio na netflix, mas isso é detalhe.

Minha felicidade vai além da matéria, elas são minhas conquistas e, você, qual é a sua felicidade?

Gustavo Barreto
Enviado por Gustavo Barreto em 26/08/2016
Código do texto: T5740743
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