Entre alcovas
Um corredor estreito, dividido em inúmeras celas.
Recinto construído para aprisionar seres humanos como animais irracionais.
As oportunidades de uma vida melhor se esvaem no infinito corredor do desamor.
Todos esperam um abraço, um olhar amigo.
Os arquétipos distanciam a humanidade de si mesma.
É preciso perdoar, aquele que condena se aliena na sua verdade ou na verdade construída pela consciência coletiva bitolada nos tipos ideais. Consciência adormecida nas profundezas do eu.
A verdade é entoada diariamente, mas os nossos ouvidos não querem ouvir, vivenciamos os dias de forma inerte, emitindo opiniões a partir do ideal essencialista.
Muitos dos nossos irmãos morrem no chão frio, acolhidos nos braços do preconceito, do ódio, do desamor, do julgamento.
O egotismo disfarça-se com a face da justiça.
A ficção torna-se realidade no estreito corredor da morte.