Viajei na Viagem

Viajo, viajo, viajo...

Sinto o sol estrangeiro, vejo o mar do lado de lá. Água sem fim! Troca de nome, muda a tonalidade de seu azul, mas é sempre o mesmo grandioso mar!

Subo montanhas. Assim como o mar, as montanhas me atraem. Elas, sim, têm identidades próprias. Cada qual diferente das demais!

Visito cidades, observo sua arquitetura, sua gente e costumes. Provo suas delícias culinárias.

Como é bom e como gosto de viajar!

A frase de Pompeu, imortalizada em poema de Fernando Pessoa: "navegar é preciso; viver não é preciso"; bem retrata a importância de ser viajante. É como dizer que sem viajar a vida não vale a pena.

Súbito, a questão me surge: porque viajo?

Sim, porque viajo se sempre volto?

Será só pra isso? Ver, sentir, provar... mera curiosidade?

Deve haver algo mais nessa atração por viajar!

Talvez viaje só para poder retornar ao meu ponto de partida. Até dizem por aí que "a melhor parte da viagem é a volta pra casa". Afinal,

é da natureza humana que assim seja, pois é bíblico: "do pó vieste, ao pó tornarás" (Gênesis, 3.19).

É... talvez seja isso mesmo: sou, todos somos viajantes do tempo! Só não sabemos de onde viemos e pra onde iremos, fazemos uma enigmática viagem, cuja única certeza é que um dia retornaremos.