Carambola

Vivemos em tempos onde a informação constante já virou rotina para praticamente todos os habitantes do mundo. E ela está na palma das nossas mãos, em aparelhos cada vez mais minúsculos e potentes. Mas, se por um lado a informação tem as suas grandes vantagens, por outro também tem as suas desvantagens.
Dias atrás, por exemplo, andei pesquisando sobre uma fruta que há muito tempo não vejo e que há mais tempo ainda não saboreio: a carambola (aquela frutinha amarela com formato de estrela). Segundo universidades americanas e brasileiras, nela existe uma neurotoxina que não existe nas outras frutas. E esta toxina pode afetar os nervos e também o cérebro, sendo igualmente perigosa para pessoas com problemas de diabetes ou renais. Porém, esta toxina não costuma afetar pessoas saudáveis, já que o próprio organismo será capaz de eliminar as toxinas.
Lendo uma matéria a respeito, me deparei com dois comentários interessantes. Um dizia haver entre os antigos o ditado de que “fruta que macaco não come não faz bem para o homem”. E outro dizia que a carambola é a única fruta que passarinho não come.
Sorte de nós quando crianças era não termos em mãos este tipo de informação, pois não havia internet, redes sociais e não me lembro de algum dia ouvir sequer alguém mencionar o famigerado ditado. A nossa vida era estar em cima dos vários pés de carambolas que havia na colônia onde morávamos, desfrutando do doce sabor destas belas frutas.
Neurotoxinas? Nem passava pela nossa cabeça esse estranho nome, quanto mais as suas reações no corpo de um ser humano. O certo é que a garotada se esbaldava com a fartura e a doçura destas estrelas amarelas que cresciam no céu dos galhos das muitas árvores caramboleiras que havia naquela época.
Não tenho na lembrança nenhum incidente de que alguém sequer se sentiu mal por comer carambolas. Talvez tenha até acontecido. Mas a gente não sabia.
Mas hoje, com as informações, pensaríamos duas vezes antes de subir no pé de uma caramboleira. Ou pelo menos faríamos alguns exames antes para saber se o nosso corpo poderia consumir as tais frutinhas. Ou talvez não comeríamos tanto como antigamente.
Mas que fica uma dúvida cruel fica. O que realmente faz mal? A informação ou a carambola?


 
Allves
Enviado por Allves em 16/03/2017
Reeditado em 05/02/2020
Código do texto: T5942648
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