Pero Vaz de Caminha, na sua famosa Carta, afirmou:
                                                         

Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
 
Sabemos que
esta gente se refere aos índios, legítimos donos das terras antes que os pilantras colonizadores aqui pisassem objetivando retirar riquezas e dominar.
 
Sobre o verbo
salvar, bem triste é sua utilização nesse episódio.
Decidiram estabelecer uma religião hipócrita, catequizar os queridos nativos, prepará-los para o trabalho obrigatório e, existindo eventuais recusas, a solução estimulou gigantesca violência, resultando em impiedosas mortes, enfim, simplesmente exterminaram a população indígena.
 
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Hoje o Dia dos Índios apenas inspira lições enganando crianças que crescem repetindo mentiras e bobagens da História.
 
A TV costuma mostrar índios (quem restou) que buscam aprender os hábitos utilizados pelos brancos, querem provar alegrias civilizadas, velhas tradições nunca interessam.
Esses são os índios globais, pertencem a outra realidade.
 
Fantasio almejando verificar as tribos antigas retornando às origens, sonhador pretendo retomar uma nostalgia a qual fere o progresso?
Nada disso! Desejo saber como mataram, revelando enorme frieza, aqueles que outrora não escondiam suas vergonhas.

Por que destruir um povo sem a menor compaixão? 
Que dignidade percebemos nas ações colonizadoras?
Audaciosos desbravadores saíram conquistando o mundo ou cruéis assassinos, repletos de vergonhas que necessitavam muito esconder, fizeram prevalecer a brutalidade e selvageria justificando tornar as vítimas requintadas?
 
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Citando Roberto Carlos, prefiro dizer que queria ser civilizado como os animais, porque, debaixo do imenso tapete colonizador, esqueceram profunda sujeira.
 
Certamente diversas crianças continuarão escutando aulas imbecis, conferindo livros destacando índios sorridentes, mas escolhi sempre valorizar a decência, enfatizar o espírito reflexivo, tentar salvar ideias enriquecedoras, jamais admitindo aceitar ficções inúteis, nocivas e estúpidas.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 09/04/2017
Reeditado em 09/04/2017
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