DIGNA DE PENA

Hoje pela manhã, fazendo uma de minhas palestras costumeiras na linha 540 do Sistema Transcol (Terminal Carapina x Terminal Campo Grande), falando do amor de Deus, fiquei um tanto surpreso ao dizer que amava as pessoas, estendendo a mão para cada uma delas como faço habitualmente, recebendo de todas, a devida reciprocidade ao me cumprimentarem com ar de aprovação. A surpresa ficou por conta de uma senhora com os seus cinquenta e poucos anos que me disse o seguinte ao ver a minha mão direita estendida para ela, desejando-lhe um bom dia e felicidades: - Só estendo a mão para quem eu quero! Negou-se a me cumprimentar como se a minha mão ao ser apertada viesse a transmitir uma doença altamente contagiosa e mortal. Feito isso, sob os olhares de desaprovação dos demais passageiros, desceu apressadamente do ônibus no primeiro ponto após a grosseria cometida, talvez até por vergonha. No restante da minha viagem fiquei pensando no que leva uma pessoa a agir daquela maneira, demonstrando no mínimo, uma falta de educação indescritível. Conheço pessoas que cumprimentam como se tivessem nojo de cumprimentar os outros e ao darem as mãos, cumprimentam segurando as pontas dos dedos de quem estende a mão e de forma tão rápida e gélida que seria melhor não cumprimentar. Conheço pessoas que ao chegarem na casa dos outros se comportam como se fossem seres superiores, sendo incapazes sequer de cumprimentar os donos da casa visitada, como se a obrigação de cumprimentar fosse primeiro de quem está no local e não de quem chega como visita. Conheço pessoas dignas de pena como nas situações mencionadas e em tantas outras onde o ser humano tem a noção errada de ser maior ou melhor que alguém, porque aos olhos de Deus somos todos iguais! Não importa se um julga ter pouco e o outro julga ter mais. O Deus Criador é o único dono de tudo e tudo o que quer que possamos ter nas mãos é apenas emprestado por Ele por um tempo determinado. É a falsa sensação de posse, causadora da grande desgraça do mundo: VALORIZAR O SER PELO TER E NÃO O SER PELO SER. Como aquela mulher digna de pena, existem muitas pessoas dignas de pena, que não entendem que O Deus Criador está presente em tudo e em todos, bastando que em tudo vejamos a mão criadora do Mestre e em todos, vê-los com amor, compreensão e misericórdia, conservando sempre no coração, o dom do perdão.

Digna de pena se revelou aquela mulher e digno de pena serei eu todas as vezes que tratar alguém de forma diferente daquela que eu gostaria de ser tratado.