OS QUATRO COVEIROS DO APOCALIPSE

As instituições brasileiras, que constituem o que chamamos de governo, praticamente sem exceção, caíram no descrédito da opinião pública, especialmente das pessoas mais esclarecidas e ou com melhor envergadura intelectual. Não se trata aqui de discriminar as pessoas semialfabetizadas, cuja condição é decorrente, também, da má administração de sucessivos governos, cuja história se perde nos tempos passados. Esses governos são os verdadeiros responsáveis por esse e muitos outros problemas, que mantêm o nosso País na permanente condição de subdesenvolvido. Essa conversa “mole” de País em desenvolvimento é para os tolos, pois todos os Países estão em desenvolvimento.

Recentemente, tivemos o espetáculo circense, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rico em sofismas, para dificultar o entendimento da encenação, pela grande maioria do povo, que além de não ter paciência para assisti-lo por inteiro, não consegue entender o pouco que assiste. Assim, infiltrados nos meandros do sofisma, os protagonistas do espetáculo, sustentaram o seu total acolhimento a mais ostensiva e degradante corrupção, sob a expectativa juvenil, tênue, improvável e duvidosa, da eventual recuperação econômica, e da governabilidade do País. Além desse raciocínio primário não se coadunar com os fundamentos jurídicos, nota-se o desconhecimento dos fundamentos da própria economia, que repousam nos alicerces da infraestrutura, da produtividade, da capacidade operacional dos seus agentes, dos investimentos, sobretudo da confiança nas instituições do governo, o que não existe, em função da sua falência ética e moral, que ora se agrava ainda mais. A governabilidade se fundamenta, em primeiro lugar, na credibilidade que o Povo e todos os agentes econômicos possam depositar na ética, na moral, que promovem a estabilidade das instituições públicas. Aliás, a economia é a única ciência que não tolera a incompetência. Ela sempre reage de forma independente, alheia a ideologias falidas, que tentam aprisioná-la na sua ignorância. O império soviético desmoronou por afrontá-la com persistência e a China, com a sabedoria milenar, adotou a liberdade econômica, antes que seguisse o caminho dos russos. Mas os sofistas tupiniquins, seduzidos pelo canto da sereia Leucósia, a Branca, e pelo moderno espelho de Narciso, caíram na armadilha mortal de Poseidon, e sucumbiram nos mares da vaidade e da insensatez. Diz o provérbio árabe: “Tolo é aquele que não sabe, e não sabe que não sabe”. Porém, nem sempre é possível evitá-lo, e a “mamata” é vitalícia!

O TSE teve em suas mãos, fato inédito na história do País, a oportunidade de provocar a imediata correção de rumos, evitando a longa e penosa trajetória de um eventual impedimento, que retardará a reação econômica necessária e rápida, para a retomada do desenvolvimento e a geração de empregos. Deixou escapar essa oportunidade de registrar na nossa História, a sua efetiva participação no combate à desonestidade, à falta de dignidade e de patriotismo das instituições constituídas, que envergonham os brasileiros conscientes, observando a tolerância e até a conivência com os verdadeiros criminosos que infestam a estrutura governamental, e também parte da iniciativa privada, todos responsáveis pelo caos na saúde, educação, segurança, transportes, saneamento básico, moradia, na infraestrutura em geral, e ainda pela implosão da nossa credibilidade perante os organismos internacionais, devastando a qualidade de vida dos brasileiros, a sua autoestima e a sua condição de ser brasileiro.

O Brasil necessita de uma infinidade de reformas, em decorrência da negligência, da incompetência, da inoperância, da incapacidade de gestão de sucessivos governos, mas principalmente, da reforma da honestidade, da dignidade, do patriotismo e do respeito ao Povo que paga todas as despesas, inclusive os salários e mordomias, sobretudo a Reforma da Dignidade e do Caráter dos responsáveis pela Administração do País.

O primeiro Coveiro foi aquele que rasgou a Constituição Brasileira no episódio da segunda cassação do mandato presidencial, envergonhando a Nação diante da Comunidade Internacional, revelando o absoluto descaso e despreparo para ocupar o cargo que ocupava naquela triste ocasião. Os maus exemplos daqueles que têm a obrigação de serem bons exemplos, como modelos da dignidade, contaminam o sistema e liberam a total perversão de todos os valores que deveriam sustentar a Nação. Então, surgiram rapidamente mais Quatro Coveiros do Apocalipse Brasileiro, impondo-nos o vergonhoso espetáculo da oficialização da falência ética e moral do Brasil.

Diante do cenário aterrador que descortinamos, pergunta-se aos Coveiros do Apocalipse: E o Povo?... E eles respondem: Ora... O Povo que se dane... Ele tem o futebol e também o carnaval... O que quer mais? Eis aí o exemplo do Império Romano... que desmoronou!

Os Quatro Coveiros do Apocalipse, ao contrário do Relator Herman Benjamin, enterraram as provas vivas, e nós todos, como o Relator, estamos participando, coercitivamente, do triste e lamentável velório, mesmo não carregando o caixão.