"Morzão"

Mesmo com todo respeito e consideração que eu tenho pelas mulheres independentes e blá blá blá... Às vezes eu fico querendo ter um marido também sabia. Tipo como a Cecilia lá do vídeo no youtube. Eu não sou machista não, porém, um maridão até que não cairia mal não viu. Tá bom, tá bom, tá bom, eu sei que a vida de dona de casa não é nada fácil também, mas, que tem lá suas vantagens, ah isso ela tem. Calma, calma, não é nada disso que você está pensando não, eu não sou gay não viu. Tá me estranhando rapaz, eu hein! É só que às vezes eu fico reparando a vida dos vizinhos aqui do lado de onde eu moro por exemplo, fico observando o dia a dia deles, vendo e escutando a forma de como que o Jorge sustenta a família, a verba saltando de dentro da carteira dele o tempo todo, e acabei concluindo o seguinte: Eita meninos e mulherzinha da vida boa meu Deus do céu! Sinto muito, mas eu também queria ter um marido pra poder dizer pra ele, “Ei marido, tá faltando isso, mais aquilo e chegaram mais essas contas aqui pra pagar... Passa logo a grana pra cá Morzão”.

Ah vá! Vá me dizer que você não ia querer um Morzão também. Um que te sustentasse sem que você precisasse arredar os pés de casa, a não ser pra fazer compras, passear, pagar as contas, ir para festas de aniversário e uns churras de vez em quando, na casa de parentes ou amigos... Tudo bem, eu já disse que sei disso. Eu estou ciente de que não é lá essas maravilhas todas mesmo não. Eu sei que tem que limpar, lavar, passar, cozinhar, cuidar dos meninos... aguentar o Morzão reclamando o tempo todo. Sei que, quando o Morzão tá em casa é um inferno. Sei que quando ela não tá trabalhando, é ele que domina o controle remoto da televisão. Estou sabendo que tem que ficar brigando com Morzão porque ele nunca ajuda em nada de casa, mas que também não adianta muita coisa brigar. Estou ciente de todas essas “obrigações”, e de mais muitas outras cositas que se tem que aturar do Morzão. Entretanto, eu acho (não tenho certeza. “Independência ou morte, eis a questão”) que até aguentaria tudo isso, se não fosse a parte do sexo, claro. Na real, o ideal pra mim seria ter um marido sem nenhum contato físico, corporal. Se fosse dessa forma, eu tomaria conta da casa e dos meninos numa boa, não digo com muito muito muito prazer, mas talvez contente por não ter que pegar o bendito o ônibus, indo e voltando do bendito trabalho, todo santo dia! Não falo só por mim. Eu ouço as expressões do rosto de alguns maridos dentro do buzão. São desoladoras... Além do mais eu seria uma “esposa” preguiçosa. E de preferência, que meu marido fosse um desses maridos machistas, do tipo, “Mulher minha não trabalha”. Pois, é exatamente isso que eu quero mesmo, ficar em casa. Fazer minhas coisas. Ler meus livros. Não ter que me preocupar muito com as contas pra pagar.

...espera ai. Apesar que (pensei nisso agora), segundo o IBGE

"Atuação da mulher no mercado de trabalho e sua posição como chefe de família aumentaram. E esse crescimento vem desde 1960, quando a mulher passou a ter direitos trabalhistas, assim como os homens. Essas mudanças ocorrem cada dia mais e, o número de mulheres que chefiam suas famílias quase dobrou entre os anos de 2000 e 2010. No ano 2000, o número de mulheres que chefiavam suas famílias era 9,048 milhões. Já em 2010, o dado sobe para 18,617 milhões. O trabalho feito por elas dentro e, principalmente, fora de casa, tem chamado a atenção da sociedade".

Vixe. Perfeito! Que marido que nada, agora eu quero é arranjar uma “marida”!

Tiago Torress
Enviado por Tiago Torress em 20/07/2017
Reeditado em 20/07/2017
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