Não pertencente

Eu não quero ser previsível. Não quero ter atitudes que reflitam o que as pessoas esperam de mim. Quero surpreender, quero ser a diferença. Não quero ficar presa em um lugar pequeno porque todos os outros não tiveram coragem de partir. Eu sei que partir é difícil, assim como sei que, pra mim, é necessário. Pra mim, partir é sair da bolha, escapar dela.

Partir é se tornar livre para conhecer tudo o que há fora daqui. É explorar tudo aquilo que só conheço por foto, que só visitei nos meus sonhos. Eu não quero corresponder a expectativa de ninguém. Não quero viver um padrão. Tenho medo de ficar presa na bolha, de não conseguir sair. Não quero me prender a ninguém porque tenho medo de que esse alguém possa ser algo que me prenda aqui. Aqui onde estou, aqui de onde quero escapar.

Isso não significa que quero ir pra não mais voltar. Há muito de mim aqui, e sempre voltarei para visitar. Para relembrar. Mas não é esse o único lugar no qual quero deixar lembranças, do qual quero ter lembranças. Eu quero viver, conhecer, me perder. Me amedronta a ideia de pertencer.

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Milena Farias
Enviado por Milena Farias em 20/08/2017
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