Escritos extraviados

Dizem que o ser humano nasceu também para perder as coisas. Mas o meu caso é diferente do caso Rolls-Royce perdido em Epsom Downs; da Glória Berringbaugham em Queen Mary I. O meu caso é tão triste, só sendo um escritor para entender a situação que aconteceu comigo e que procuro esquecer sem ter êxito.

A situação dói em minh'alma, é pesaroso até falar - escrever - sobre tal assunto. Quem pode acreditar que um escritor perdeu seus escritos originais? É possível? Infelizmente sim. Eu tinha um celular e nele escrevia e salvava meus textos em geral, eram poesias e contos. Um horrível dia o celular pifou, fiquei desesperado. O técnico disse que eu tinha perdido todos os arquivos salvos nele - celular pestífero! Perdi meus escritos pela primeira vez e não eram qualquer escritos.

Textos de uma nova fase, textos maduros, inúmeros textos. . . Ai! Como dói lembrar. Um texto é como filho para um escritor, seja ele qual tipo for. Como se não bastasse uma amiga - mentira, na verdade uma ex-namorada - pediu emprestado um dos meus cadernos de poesia, nele havia poesias de toda espécie e muitas deveras era para ela, mas não todas. Dói lembrar e relatar. Ela nunca me devolveu, nunca! Eu poderia ir até ela pegá-lo se ela não tivesse ido embora para outra cidade.

Como disse: só sendo escritor para entender a situação. Bem sei que não mais terei os escritos extraviados, não lembro detalhadamente de todos apenas do esforço que tive para produzi-los e dá-los ao fim que tiveram. Espero as mesmas ideia e inspirações; contudo sei que iguais não mais terei.

Leandro Ferreira Braga
Enviado por Leandro Ferreira Braga em 11/10/2017
Reeditado em 13/11/2017
Código do texto: T6139849
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