AVENTURAS À BEIRA-MAR

Quando o pai construiu a casa em Xangri-lá e começamos os grandes veraneios de dois meses na praia, creio que em 1964, vocês não imaginam a epopéia para as reuniões-dançantes e os grandes bailes no célebre HOTEL CASSINO XANGRI-LÁ, que, infelizmente, cassino nunca chegou a ser. A praia era bem pequena, poucas casas, muitos terrenos baldios, banhados das chuvas, dunas e cômoros de areia, algumas vacas e cavalos no pasto aqui e acolá. O coaxar dos sapos e rãs compunham uma sinfonia de verão à noite. Nos dias de chuva, como só me restava ir a pé até o Hotel, freqüentemente tirava meias e sapatos para não molhá-los e não prejudicar o desempenho na festa. No primeiro baile a que compareci, sem conhecer ninguém, fiz o seguinte. Muitas cubas (coca com rum), de pé no bar, olhares compridos e, finalmente, a decisão forte. Fui até a mesa onde estava, com toda a família, a Miss Brotinho escolhida naquela mesma noite e convidei-a para dançar: era a LICA (LILIAN) ARENHARDT, de Estrela, e assim fomos até o fim do evento. Só mesmo aos 17 ou 18 anos para ter todo esse peito. LICA devia ter 15, no máximo 16 anos. Tempos de dançar juntos, rosto eventualmente colado, com GILDA MARINHO sempre presente aos acontecimentos importantes, como os bailes do Hotel. Lá pelo meio-dia, a praia, os primeiros contatos, apresentações, brincadeiras e planos para a noitada.