Felicidade

Costumo fazer uma analogia entre a vida e uma tela de arte...nossas relações com o mundo, com o outro vão imprimindo cores e imagens para a composição desse quadro. A forma como nos damos é que vai delineando a luminosidade, plasticidade e beleza à paisagem da nossa alma.

Os encontros entre as pessoas são como a mistura de guaches...há cores que se fundem em perfeita unicidade; há tons que ao se misturarem não produzem o efeito desejado e há nuanças que, apesar de existirem no universo, jamais serão pintadas na mesma tela.

Apesar das nossas singularidades e peculiaridades, abrigamos no nosso coração uma profusão de vontades coincidentes, de desejos que se entreolham, buscando espaço a cada crepúsculo da nossa alma.

Entre esses desejos, a felicidade fulgura como a maior reivindicação da natureza humana. Por ela, inquirimos astros, deuses, duendes, gnomos, fadas...consultamos as cartas, tarôs, búzios para que nos indiquem o tal prometido "pote de ouro" no fim do arco-íris.

Em busca da felicidade, enveredamos por caminhos, corremos como loucos...estradas íngremes, vias tortuosas, atalhos, veredas lineares, vielas, ruas sem saída! Opções que se descortinam em forma de labirinto aos nossos olhos...por onde ir? Como ir? Quantas vezes não nos fazemos estas perguntas? Ah, e as nossas resistências? O que fazer com nossos medos, com a miopia das nossas intenções?

Passamos a maior parte do tempo armazenando quinquilharias na nossa alma, tolhendo a oportunidade de gerarmos novas emoções ou de fertilizar sentimentos já existentes. E essa estocagem do que já não nos faz sorrir, adia o nosso encontro com a felicidade.

Não existem receitas ou fórmulas prontas para se encontrar a felicidade. Nem a maturidade, nem a experiência nos fornece salvo-conduto para sairmos incólumes nas nossas tentativas. Intuição, respeito, sensibilidade e ousadia são os maiores ingredientes para nortearmos nossa busca.

Quando sentirmos nosso coração num prometido ensaio para a felicidade, será difícil dizer não...permita-se, lambuze-se neste elixir, porque a vida pode ser um arco-íris, e sempre podemos escolher a cor que desejamos ser.

Fernanda Guimarães

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Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 09/03/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T6166