(PARÊNTESIS)

Ontem à noite ao reler o lindo conto “Uns Braços” de Machado de Assis, que retrata cenas do Rio de Janeiro (1870) na Rua da Lapa... Emocionei-me ao rever os devaneios do adolescente Inácio, que se encantou com a senhora da casa, D. Severina, casada com Borges...

Repasso umas linhas de um dos parágrafos do conto que é especial e belo: “Os braços, de D. Severina fechavam-lhe um parêntesis no meio do longo e fastidioso período de vida que levava...”

Os braços da dona da casa representavam um porto seguro, um bálsamo que suavizava os dias atribulados e cansativos que o rapaz vivia, longe da família e aprendendo o serviço de escriturário. E ainda convivendo com as transformações, próprias da idade, que aconteciam em seu corpo e coração...

Assim como, na ficção, os “parêntesis” existem na realidade podem ser pessoas da família, vizinhos, e até amigos virtuais, que de certa maneira fazem a diferença em nossas vidas, acrescentando amizade, carinho, flores e poesias, mesmo que seja por um breve tempo, são inesquecíveis...

Vanice Zimerman (BVIWtecendoletras)

25/04/2013