Barulho

Tudo acontece no condomínio em que moro! E de cada fato uma crônica eu faço! De verdade daria uma para cada dia!

Mas de tudo que acontece o que mais me aborrece são os barulhos que me fazem acordar!

Durmo tarde e acordo tarde não nego! Mas poderiam me poupar e não com tanto barulho me despertar!

Antes quero contar o quanto era sossegada essa rua da Barra da Tijuca! Nem asfaltada era! Não havia muita vizinhança e da minha janela, álem das dunas de areia, avistava o mar! No verão, à tarde, colocávamos cadeiras de praia na calçada para conversar! Todos se conheciam, se protegiam, se ajudavam...

Agora a rua é asfaltada, a minha vista para o mar se transformou nos fundos de um apart hotel, cadeiras na calçada nem pensar... em assalto podem acabar! Vizinhos? Cada um agora cuida da sua vida pois o bom tempo acabou!

E o silêncio também!

Lá pelas cinco horas da matina o lixo do hotel em caçambas é colocado na calçada, depois de descer da garagem por um caminho estriado fazendo um barulho desanimador! Depois chegam os catadores de lixo que tudo remexem procurando latinhas que amassam com os sapatos me enlouquecendo com um crac-crac desesperador! Em seguida, acreditem, passam duas charretes com o poct-poct dos cavalos para os papelões do lixo recolher! Continuando a tortura chega o caminhão de lixo com seus lixeiros aos gritos de propósito para me acordar! E para finalizar o meu vizinho, às sete horas sai com seus cachorrinhos que latem alto e alegremente na frente da minha casa para mijar! É sempre a mesma rotina nem preciso me preocupar! E eu aí me acalmo ! Esse foi o último dos barulhos a me infernizar! Viro para o outro lado da cama , fecho os olhos , durmo e volto a sonhar! Para ao meio dia voltar a acordar!

M.C.

Marly Caldas
Enviado por Marly Caldas em 09/03/2005
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