MEDIOCRIDADE. FORÇA DE MADRE TEREZA DE CALCUTÁ.

O medíocre não conhece sua mediocridade, pior, festeja essa qualificação negativada por todos que o conhecem. Vive essa patranha como se fosse um sucesso em tudo que possa fazer e beira o ridículo. A publicidade da mediocridade o torna um “bobo da corte”.

A tibieza se associa à mediocridade, moram juntas, nascem juntas, se mostram juntas.

Apanhada a mediocridade, flagrada em momentos onde se diz o que não se é, se reporta o que não se sabe, se celebriza a comicidade em que se perambula pelo mundo e coisas que tais. Então recua com evasivas de tibieza. É ridículo.

Alguns compreendem com sentimento cristão esse desvão pobre e triste, mas não digerem essas fístulas mentais diagnosticadas. Vai-se vivendo em convívio que se evita, mas as vezes é impossível, sempre uma personalidade vagabunda a dizer coisas impróprias ou não dizer o que deveria ser dito. Perder tempo com essa demência. Não se perde tempo com aquilo onde nada se aproveita.

Que o medíocre viva sozinho e de maneira fóbica - pois vivem de fobias – com sua mediocridade. Ele gosta de ser medíocre e motivo de risos. Gostam de serem o que são os medíocres. Que o diga Umberto Eco. Qual o outro jeito de aparecer a não ser sendo ridículo, imbecil?

Há no mundo quem movimenta a compaixão por esses seres, mas o cristão acaba comprometendo e comprometido. Quem é cristão não gosta de sair de um padrão médio de conduta, não aprecia a ofensa mesmo que seja mínima, e se sente violado quando não absorve a mediocridade imbecil, embora queira ser sempre amor. Mas dar a outra face é regra máxima de santos e apóstolos, seres diferenciados.

É difícil lidar com a mediocridade reiterada, vencedora de qualquer singeleza inadmitida, que atravessa toda uma vida se fortalecendo cada vez mais em nulidades, insanamente festejadas.

Se o medíocre pinta um quadro se acha um Van Gogh, se esculpe se acha um Bernini, um Michelangelo, se escreve alguma coisa chata e tola, que ninguém lê, ou nem é de sua autoria, mas de outras pessoas, emendado e aproveitado o texto original, e a grande varejista Amazon joga na virtualidade, pois joga no ar qualquer coisa, qualquer lixo, com raras exceções, o medíocre diz que é livro editado formal (que nunca será encontrado em qualquer livraria), mas não, está exclusivamente no conhecido acervo da antena que está falindo, dificilmente frequentado até nos eletrônicos. E o medíocre já se acha na academia de letras, e sempre fala na instituição. Queriam os medíocres serem editados por regulares editoras, sem mínimo de criatividade, sem saber sequer escrever razoavelmente a língua, pobres em vocábulos, mas tentam e insistem, coitados, relegados à indiferença. Se tornam mais medíocres. Se acham um Guimarães Rosa, de quem não gosto, mas querem ser diferentes, como são, por serem medíocres.

Enfim não somos santos para digerir as mediocridades mentirosas que assolam os humanos, somos fragilizados cristãos rogando pelo fortalecimento da fé diariamente. E nos consolamos com Madre Tereza de Calcutá sob esse ângulo.

Sem chegar mesmo rasteiramente em seu grandioso perfil - quem somos nós a não ser uma poeira soprada pelo venerável Jesus - e por isso nos consolamos, Madre Teresa, em cartas revelava como sentia falta de respostas de Deus. No ano de 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo."

Quem somos nós perto da Santa?

Significativo quem toda a vida doou sua existência ao Altíssimo em suas ações de caridade, em seguimento à Escola Maior e única, a de Cristo, visibilizar e superar barreirras da inteligência compreensiva, mas sempre rogando “reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo”.

É o “apesar de tudo” que não alcançamos.

Quem somos nós diante de almas dessa grandeza para aquilatar nossas faltas e fraquezas com a fé? Sermos incompreensivos com a tibieza e mediocridade.

Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma então, Jesus - Você também não é real."

E o Nazareno obtinha sempre seu sorriso através de suas obras. Suas dúvidas se mesclavam em sua obra e em seu tranquilo sorriso para Ele.

E disse ao Padre Neuner em carta: "Pela primeira vez ao longo de 11 anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito que é parte, uma parte muito pequena da escuridão e da dor de Jesus neste mundo. O Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de sua obra', como escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que Jesus já não pode passar pela agonia - mas que quer passar por mim. - Abandono-me a Ele mais do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à disposição."

O medíocre está na escuridão, não conseguimos, não podemos,nem devemos acompanhá-lo. A própria compaixão, pela mediocridade, é entendida como uma aceitação de suas sequelas.

Bento XVI considerando as cartas destaca que essa fase cíclica, é pano de fundo para os descrentes.

Kolodiejchuk vê na postura da beata uma contrariedade ao sentimentalismo. É esse nosso sentimentalismo de compaixão que devemos combater. Diz ele: "A tendência em nossa vida espiritual, e também na atitude mais geral relativamente ao amor, é que o que conta são os nossos sentimentos. Assim a totalidade do amor é o que sentimos. Mas o amor autêntico a alguém requer o compromisso, fidelidade e vulnerabilidade. Madre Teresa não "sentia" o amor de Cristo, e poderia ter cortado, mas levantava às 4:30 h. cada manhã por Jesus e era capaz de escrever-lhe: Tua felicidade é o único que quero. Este é um poderoso exemplo, inclusive em termos não puramente religiosos."

Prevaleceu seu sorriso para Ele através da caridade que pontilhou cada segundo de sua VIDA SANTA.

Para nós prevalece a fé que poderá algum dia tirar o medíocre de seu parvo mundo. Mas não precisamos anuir aos seus postulados imbecis.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/12/2017
Reeditado em 10/12/2017
Código do texto: T6190941
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