MAIS UMA DO NATAL

MAIS UMA DO NATAL

(Almir Morisson)

O Firmino já tinha feito uma música de Natal, “Pranto divino”, uma valsinha, que já foi objeto de uma crônica minha no nosso primeiro livro “É do Camelo”.

Num de nossos contatos com o Tynnoko, nosso maestro arranjador principal desde o primeiro CD do Clube do Camelo, o mestre pediu uma música de natal com características regionais, para que fizesse parte de um CD de musicas paraenses que ele iria gravar para o natal deste ano.

Como tenho alguma facilidade para fazer letras de músicas comprometi-me com essa parte enquanto que o Gervásio faria a melodia.

Como gosto de mandar mensagens nas letras de minhas músicas, fiz uma que lembrava inicialmente da ilusão das crianças com o papai Noel, até a descoberta de que o “bom velhinho” era outro e que na data não era comemorado o aniversário do Papai Noel e sim o nascimento de Jesus.

Terminava com a certeza de que mesmo os presentes impossíveis de achar no comércio poderiam ser providos pelo Real Aniversariante.

Dois dias depois do pedido do Tynnoko mandei a letra pro Gerva.

Fiz versos de quinze silabas poéticas ou métricas (Versos bárbaros, como chamados pelos poetas os versos de mais de 12 sílabas) e pela pressa fiz a música toda com uma só estrofe de 14 versos.

Isso foi no dia 26 de maio. E toca a esperar a melodia que o Gervásio faria. Junho, julho, agosto e nada. Passou nosso show de junho “Camelo na Roça”, até que num ensaio para o show que teríamos em novembro, um dos camelos observou que estávamos perdendo oportunidades de sermos vistos na musica paraense, lembrando o episódio da musica de natal pedida pelo Tynnoko.

Informei logo que tinha mandado a letra para o Prota (como também a Sandra chama o seu esposo, Gervásio Protásio) desde maio e estava aguardando a música. O Gervásio nem se lembrava mas inventou uma desculpa que a letra tinha sido mandada “direta”. No outro dia arrumei a letra em sete quadrinhas bem comportadas todas com o primeiro e terceiro verso octossílabos e o segundo e o quarto heptassílabos pra poder somar as quinze da letra original e mandei de volta. Isso foi em 26 de agosto.

Encontramos de novo em outubro e o Gerva falou que não tinha recebido meu e-mail. “Re-remeti” em 09 de outubro. E no dia 10 surpreendi-me com um comentário do Firmino elogiando a letra e cobrando do Gerva “Gostei da letra: pura e simples, mas repleta de sentimento. Te vira, Gervásio!”

Parece que agora o nosso violonista mor acordou e no outro dia respondeu dizendo “Já fiz uma preliminar. Vou passar para o band-in-a-box pra gente ter uma ideia melhor. Espero que gostem. Ela é estilo gospel-funk-latino-lundurizada.” E logo em seguida: “Segue em anexo o Playback e a letra por causa da repetição (BIS). Como falei para atender a letra fiz a música Gospel-Funk-Lundurizada.” Espero que gostem.

Pra falar a verdade não gostei do ritmo. A melodia estava boa, mas o “gospel-funk-latino-lundu” não deu pra engolir. Mesmo, havia o pedido do Tynnoko de ritmo regional. Sugeri que o Gervásio fizesse outra gravação com as cinco primeiras estrofes como lundú e as duas últimas, que fechavam a ideia, como carimbó.

Mas parando com as conversas “internéticas” aconteceu que, pela premência do tempo, o Gerva disse que mandou pro Tynnoko apenas a letra e a partitura e que o maestro faria os arranjos e a gravação definitiva.

BELÉM, BELÉM

(Gervásio Cavalcante e Almir Morisson)

Criança boba eu pedia

Tantos brinquedos sem fim

Papai Noel, eu pensava,

Trazia todos pra mim

Belém faz aniversário,

Foi onde Jesus nasceu

Aqui Belém é meu ninho

E o bom velhinho sou eu.

Hoje pensei num carango,

Pra chuva não me molhar

Mas meu velho já se foi,

Não tem ninguém pra me dar

Hoje peço pro Menino,

Com presentes vou sonhar

Quem sabe paz e sossego,

Felicidade em meu lar.

Um dia já me disseram,

Pelas ruas de Belém

Felicidade é brinquedo

Que no comércio não tem,

Mas como Ele pode tudo

E hoje é Seu aniversário

Vai atender meu pedido:

Paz, amor e o céu também

Gente feliz se abraçando,

Todos se querendo bem

Milhões de sinos tocando,

Gritando Belém, Belém...

Tomara que eu me engane, mas creio que neste 2017 mais uma vez ficaremos de fora de um projeto de música paraense. Talvez se tivesse sido feita outra gravação preliminar como sugeri...

Não desisti, porém, de tentar divulgar uma minha de Natal (desculpem o cacófato).

Como a feita em parceria em 2017 não decolou, apesar do Gervásio ter feito o Lundú/Sei-lá-o-que em cima dela. Insisti na versão simplificada feita em 2018. Mandei para um possível parceiro fazer a melodia e nada. Tentei outros e também nada.

Resolvi fazer eu mesmo, e em meados deste 2019 saiu uma marcha rancho. Ainda não fiquei satisfeito e mudei pra samba. Agora gostei.

Fiz uma gravação caseira e estou mandando para os possíveis divulgadores.

Os meus leitores poderão escutar aqui mesmo, no recanto.

A letra é assim.

CANTORIA DE NATAL

(Almir Morisson)

Pra todos o meu presente

Vou mandar neste Natal

Felicidades sem fim

Amor e paz sem igual

Já me disse um cantador

Felicidade não tem,

Nem pacotinho de amor

Pra vender neste Natal

No comércio de Belém

Por isso é que vou pedir

Direto logo a Jesus

Que manda em Papai Noel

Um caminhão de saúde

Com paz e amor a granel

Talvez não mereça tanto

Mas sei que Ele atende todos

E prometo dividir

Tudo de bom que chegar

Com quem me puder ouvir

E sentir o meu cantar

Este vai ser meu presente

Pra todos neste Natal

Felicidades sem fim

Amor e paz sem igual

Este vai ser meu presente

Pra todos neste Natal

Felicidades sem fim

Amor e paz sem igual