Mãos Que Embalam O Tempo
 

O planeta vai girando vai rodando e nosso tempo vai contando. Se eu continuar girando com essa nave até o próximo setembro completarei sessenta e nove giros em volta do nosso sol, não cheguei lá e já sinto saudades, pois afinal 69 é o mais místico dos numerais, número de infinitas surpresas aromáticas e degustativas.

Tenho a impressão que encheram o tanque do tempo com combustível aditivado, o bicho está correndo como se fosse salvar o pai da forca, e com esse desespero de chegar encurta nosso nosso tempo de ficar. E não ficando o que somos? No que nos tornamos? Quanto a você não sei seus planos, eu vou virar pó, fino como talco e torrado como café. Cremadim cremadimm, bem passadim.

Olho para as "minhas" crianças e não as vejo, de repente ficaram todas adultas, são pais e mães agora. Pra que tanta pressa para completar teu giro? Querida e mal tratada terra dá um tempo para descansar, senta por algum tempo à beira mar, respire fundo e encha seus pulmões de ar, mas tussa de vagar para não se engasgar com as porcarias que vão entrar.

É fatal chegarmos ao giro final, não há fuga para tal. Estamos todos nas mãos que embalam o tempo na sua elíptica órbita.

O que me causa horror são as discrepâncias temporãs. Foi muita sacanagem mandar descer da nave aquelas criancinhas que estavam na creche mineira. É muita sacanagem expulsar criança do passeio em torno do sol. Peço encarecidamente que me poupem de explicações religiosas.

Eu não vou ver os avanços tecnológicos da informática e todos os demais no ano 22017. Merda.
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 06/12/2017
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