Prosa Boa

A gente sabe que nem todo tempo nos sobra e por isso devemos fazer aquele esforço para levar uma conversa despretensiosa. Aquelas que te faz virar a coluna para trás numa risada, com assuntos aleatórios e que não exijam reflexões muito profundas. Mas que renovam as energias todas. Nessa loucura que é a vida, não basta comer e respirar. O tema era justamente sobre como a vida adulta nos obriga a abrir mão de dos tempos livres e de uma boa fantasia. Se alguém não sabe o quanto é bom ser criança, é porque ainda é. Claro, temos nossas vantagens enquanto adultos, nada de generalizar. Mas bom mesmo era mastigar bala de maçã verde ou de coca cola como se fosse a melhor coisa do mundo (e às vezes ainda penso que é), ou ter que decidir se o chocolate branco é mesmo o mais gostoso. E como qualquer conversa boa que dure o mínimo (e o mínimo é relativo ao grau de “boa” que a conversa é), o assunto muda sem se notar, e parte para as acentos agudos e normas gramaticais. Mas enquanto a gente ali discute se tal palavra tem acento ou não, o trabalho vai ficando para trás. E o assunto volta lá no começo: “tá vendo. Isso é o chato de ser adulto”. Antes, a sugestão de uma música: é do James Blunt. “Ouve lá, cê vai gostar”. Músicas de paixão? – Pergunto: “tenho meia garrafa de Wiski aqui, quer dividir? ” Ri-se novamente e concordamos: Talvez numa próxima pausa. Voltemos aos deveres de não ser mais crianças. Pelo menos não quando precisa.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 07/12/2017
Código do texto: T6192748
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