A descoberta da espiritualidade

Para mim, até os 13 anos de idade, mais ou menos, a espiritualidade, a verdadeira espiritualidade tinha a ver com os super-heróis das revistas de histórias em quadrinhos. O heroísmo, a abnegação e a determinação dos personagens principais, os super-heróis, era algo impressionante. Na minha cabeça os santos da igreja e tudo que se relacionava à igreja era triste, enfadonho e sem brilho. Tanto que numa de minhas leituras infantis do Apocalipse na Bíblia, lembrei imediatamente das figuras fantásticas das revistas e quando vislumbrei os dez chifres na Fera escarlate, os anjos, o Dragão, a Primitiva Serpente e tudo o mais do relato bíblico, me interessei mais pelas Escrituras. Mas só pelo Apocalipse. E durante pouco tempo.
Porém, a verdade é que a real espiritualidade tem pouca relação com as cenas espetaculares, os dramas fantásticos e as peripécias aventurosas próprias dos super-heróis de HQ. A espiritualidade é feita de pequenas coisas, pequenos gestos, pequenas atitudes e com perseverança, com dignidade e com sinceridade. Jesus Cristo tem menos a ver com seus milagres do que com sua compaixão, sua diligência e sua sabedoria divinas. Viver uma vida espiritualmente rica é descobri-la – e será muito melhor descobrir na juventude – em seu coração e guardar esse tesouro no seu coração para a vida inteira. É saber que “o pouco com Deus é muito, mas o muito sem Deus é nada.” Portanto, fazer pouco, mas fazer sempre, todos os dias é o segredo para andar nos caminhos do Pai Celeste.
Crer que a bem-aventurança pode fazer a diferença na vida é ter a certeza de que a fé cura e cura totalmente se nossa fé for total, apesar de pequena. Afinal, como a semente de mostarda que é tão minúscula e dá origem a uma árvore tão grande e majestosa, também o mesmo ocorre quando o novo homem surge em nós; nossa vida muda completamente, estamos em Deus e somos renovados em harmonia com o Universo.
Humanamente, é preciso estabelecer relações com Deus. Ele é um amigo que nunca nos abandona. Para uma criança, ele se parece com... um super-herói... Sim, é verdade. Com a diferença que Ele existe, embora a mídia, o governo e o sistema todo, enfim, pareçam estar realmente esforçando-se para que ninguém se lembre disto.
Desse modo, não vejo mal nenhum em ter super-heróis como ídolos. São muito bons exemplos até certo ponto. Mas, é preciso saber que a nobreza de espírito ou a santidade são superiores ao heroísmo ou ao sacrifício por ideais. Embora nem todo herói seja santo, todo santo é um herói, a seu modo. Todo iluminado também tem um pouco de mártir e se sacrifica por motivos corretos, espiritualmente falando. Que possamos reconhecer a verdadeira aventura de descobrir a espiritualidade em nossas vidas. E saibamos cultivá-la e compartilhá-la a cada dia. Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 23/12/2017
Código do texto: T6206239
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