Ano Novo

Hoje pela manhã, enquanto caminhava na praia, fiz-me uma pergunta:

O que desejo para o ano que daqui há pouco se inaugura?

Pensei... pensei.... e tudo me pareceu tão vazio de significado,

tão material ou tão comum, que disse de mim para mim:

É... estou mesmo no fim, nem desejos de ano novo tenho.

Súbito lembrei-me vagamente de um poema, lido há algum tempo atrás, que falava sobre o tempo. Não sei reproduzi-lo, nem me lembro do autor.

Apenas recordo que ele trabalhava com o tempo, desejando-o aos outros para diversas situações da vida.

Se não me engano, em um dos versos, desejou que alguém tivesse tempo pra encontrar-se consigo mesmo.

Então refleti: é isso! Tempo para me encontrar!

Não sei se ando perdido de mim, ou não. Mas penso que um exame de consciência, como fazem os católicos antes da confissão, nos faz ver coisas em nós, que a vida moderna, às vezes, ou pra alguns, com ritmo frenético, não nos deixa perceber. São detalhes, filigranas que vão se acumulando no inconsciente, poluindo nosso dia a dia, nossas mentes, nossa alma. Uma palavra áspera, pequenas omissões ou atitudes inconvenientes, impaciência, etc... que praticamos, ou recebemos, acabam por ferir alguém e a nós próprios.

É necessário, então, que tenhamos um tempo para reflexão, pois sem tomarmos consciência da falta não somos capazes de perdoar nem de pedir perdão. E sem o perdão a ofensa se mantém e nos faz mal.

Então é isso: em 2018 quero tempo para me encontrar. E, como o poeta que me inspirou, desejo que também você goze desse tempo. Quem sabe, assim, possamos amanhã admirar melhor a lua que, dizem, estará fantástica, ou até mesmo toca-lá e sentir todo o seu esplendor.

FELIZ ANO NOVO!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 31/12/2017
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