O VIDEOCASSETE

O VÍDEOCASSETE

A grande novidade de consumo eletrônico em 1981 foi o videocassete, um aparelho capaz de gravar e reproduzir imagens registradas em fitas magnéticas condicionadas em caixas plásticas. Tornou-se a sensação da época, considerando a revolução de hábitos que impôs. Passávamos a ter a possibilidade de gravar programas e filmes veiculados na TV,

Chegou ao Brasil com certo atraso, pois já era comercializado nos Estados Unidos desde 1975. Inicialmente usado amadoristicamente, com gravações feitas em casa, permitindo a que pudéssemos assistir um programa ou filme da televisão que havíamos perdido. Com o passar do tempo foi se modernizando e tornando-se um instrumento de uso profissional, com a produção de filmes. Isso fez com que proliferassem as “locadoras de vídeo”, estabelecimento comercial onde alugávamos os filmes que gostaríamos de ver em casa. O incômodo era a necessidade de rebobinar as fitas antes de devolvê-las à locadora.

Tenho certeza de que as gerações deste século nunca viram, ou sequer ouviram falar no videocassete. Entretanto, na inexistência de TV a cabo ou internet nas décadas de 70 e 80, era para nós o entretenimento doméstico mais moderno da época. Apresentava-se como um bem de consumo considerado chique. Ter um videocassete demonstrava que a pessoa estava atualizada com os avanços tecnológicos do novo tempo.

Dominou o mercado durante quinze anos, até que foi substituído pelo DVD, num formato digital, mais fácil de ser operado e com capacidade de armazenar dados, sons e imagens, e melhor tecnologia ótica. Os videocassetes desapareceram e são peças nostálgicas daqueles que os consideraram um símbolo da evolução eletrônica a trinta anos atrás. A inconveniência era ter de trocá-los sempre que o “cabeçote” se desgastava ou se desmagnetizava. Tinham vida útil curta.

Ainda hoje guardo um acervo de fitas VHS que certamente estão prejudicadas pelo mofo, oferecendo sérios riscos de perder verdadeiras relíquias. Preciso urgentemente fazer a conversão para DVD. Os anos passam tão rápido que a gente não se dá conta de que aquilo que foi moderno outrora, hoje é equipamento ultrapassado e sem condições de uso.

• Integra a série de crônicas do livro “INVENTÁRIO DO TEMPO II”, em construcao.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 06/01/2018
Código do texto: T6218296
Classificação de conteúdo: seguro