Mundo Cão

Tiroteio no Rio de Janeiro, pode-se afirmar com segurança, já é fato ordinário, pois está presente no dia a dia da maioria de seus habitantes, especialmente daqueles menos favorecidos que residem em “comunidades” (eufemismo cunhado para ocultar a miséria que o nome favela revela). Disso sabemos todos, afinal notícias recentes informam terem ocorrido mais de quinhentos (isso mesmo: cinco centenas de tiroteios) durante o mês de janeiro que acabou de findar.

Mas ainda assim choca ver ao vivo pela tv o desespero de motoristas presos em meio ao fogo cruzado; o pavor estampado no olhar da mãe que procurava proteger os filhos junto da mureta que há na via; os clarões dos disparos de armas pesadas e ouvir os estampidos dos tiros e o zunir dos projéteis. Tudo em meio à uma das vias mais movimentadas da cidade que um dia foi exaltada em verso e prosa e, ainda hoje, é conhecida como “Cidade Maravilhosa”.

Sobre a questão da violência no Rio de Janeiro, infelizmente firmei uma opinião radical. Para mim, vivemos um confronto entre dois poderes: o poder público e o poder da bandidagem. E torna-se forçoso reconhecer que há uma guerra sendo travada, fazendo-se necessário uma atitude permanente de força.

O que não pode é o poder estatal declarar seu fracasso, como recentemente o fez um Ministro de Estado.

Devem ser tomadas medidas legislativas que reconheçam este estado de beligerância e declare determinadas áreas como “áreas conflagradas”, autorizando as forças do Estado a, nas referidas áreas, abater o inimigo em situações específicas (ex: quando o indivíduo se mostrar acintosamente armado em via pública), com utilização de drones ou franco atiradores, evitando ao máximo o confronto direto, que tanto medo causa e indispõe a polícia com a população.

Por óbvio que a sugestão acima não é solução e deve ser considerada extremada, mas ao menos num primeiro momento devemos ter a coragem de suportar alguma restrição aos nossos direitos fundamentais, o que de resto dessas refregas correntes no dia a dia já ocorre.

Morrerão inocentes? Sim, mas inocentes já estão morrendo e o momento requer reação do mesmo quilate da agressão que a maioria do bem está sofrendo.

É com dor na alma que me sinto forçado a reconhecer a verdade do adágio popular: “bandido bom é bandido morto”.

Ah... o que fizeram com a nossa cidade, ou o que deixamos que fizessem com ela? É a pergunta que me cala!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 03/02/2018
Reeditado em 03/02/2018
Código do texto: T6244110
Classificação de conteúdo: seguro