Maldita folha em branco que queres de mim?

Sou apenas um batuqueiro de teclas, nada a acrescentar, tudo dito. tudo escrito.

Verso e reverso, todas as questões resolvidas.

No entanto, nas entrelinhas, parece sobrar espaço. Inútil.

Minha vida, minha experiência, nada acrescentará.

Vida sem fato relevante, nada espetacular.

Pode-se viver como mata borrão do tempo, apagando excessos?

Como colagem do contemporâneo?

A imaginação, esta sim, é ladina.

Não permite abandonar o sonho, de desvendar os segredos do ser humano.

Neste sentido, um universo a descobrir.

Porque me olhaste, porque te olhei e elegi rainha?

Tudo para mim, meu ponto final?

 Não sei e, não tentarei explicar, apenas aceito.

Aceito como equação matemática que estabelece a conjunção de átomos conseqüentes.

Sou; és, e nada pode mudar este sentido.

Somos nós, únicos, para todo o sempre.

 

 

Humberto Bley Menezes
Enviado por Humberto Bley Menezes em 26/08/2007
Reeditado em 18/06/2008
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