Maldita folha em branco que queres de mim?
Sou apenas um batuqueiro de teclas, nada a acrescentar, tudo dito. tudo escrito.
Verso e reverso, todas as questões resolvidas.
No entanto, nas entrelinhas, parece sobrar espaço. Inútil.
Minha vida, minha experiência, nada acrescentará.
Vida sem fato relevante, nada espetacular.
Pode-se viver como mata borrão do tempo, apagando excessos?
Como colagem do contemporâneo?
A imaginação, esta sim, é ladina.
Não permite abandonar o sonho, de desvendar os segredos do ser humano.
Neste sentido, um universo a descobrir.
Porque me olhaste, porque te olhei e elegi rainha?
Tudo para mim, meu ponto final?
Não sei e, não tentarei explicar, apenas aceito.
Aceito como equação matemática que estabelece a conjunção de átomos conseqüentes.
Sou; és, e nada pode mudar este sentido.
Somos nós, únicos, para todo o sempre.