Amor em queda livre

Vinhas passando com o pensamento nas nuvens

O coração batia tão alto, que nem precisava de estetoscópio para ouvi-lo

Vinhas com os olhos brilhando e com o sorriso de canto

Vinhas apenas como querias sempre vir...

Eu, poeta a te observar, podia ouvir de longe o som do teu suspirar

Dava para ver os pensamentos que te rodeavam a mente e o coração

Estavas a se apaixonar, a falar com os pássaros, com os cães, com os bebês

Estavas a ignorar o caos do mundo, o cinza das ruas e o barulho da cidade

Estavas a se apaixonar!

Pobre moça!

Eu, poeta a te observar, podia ver as nuvens que jaziam sob teus pés

Assim como o abismo a frente a te esperar...

Poderia eu te avisar? Talvez!

Mas eu, poeta que sou, vivo de histórias para contar!

Poderia eu te avisar que a queda era iminente? Talvez!

Mas como tirar de ti o prazer do voo?

Como tirar de ti a cicatrização de um amor depois do tombo?

Agora sim, estás forte!

Vejo-te passar por aqui novamente

Flor no cabelo, sorriso de canto, brilho no olhar!

Sabes do abismo que está à frente, mas mesmo assim, insiste em amar!