AVANÇO NO PENSAMENTO. OPINIÃO.

Existem três verdades no processo crítico, a dos críticos e a verdade absoluta. É essa que a ciência da lógica, no procedimento crítico, persegue, chega-se a ela pela divergência. E a discordância é presidida pelas liberdades.

Deve ser sempre respeitosa a crítica independendo do que se vai obter no contraditório. Mas deve ser sadia, edificadora. Aceitar a ironia é respeitar, é não pôr em dúvida o que já se conhece. Quando não me distraio como aqui ou estou lendo, trabalho com parecer, consulta. Não desafio posições assentadas. O que significa isso, me submeter ao que está posto? Não. Aceitar a discussão livre que construiu o necessário à ordem, sem violentar direitos fundamentais como o maior deles, a liberdade. A escola grega da Paideia tem essa sinalização, discutir para avançar. Inclusive, destaco essa relevância em texto meu colocado para o ENEM, matéria minha sobre o tema para interpretação. Foi quando minha filha mais velha disse, coitados dos inscritos para a prova. Mas não há nada de complexo.

Entre vários textos, de Arnaldo Jabor, Gilberto Gil, Claudia Costin, Salman Rushdie, e outros, esse meu :

l)

"Que seria da humanidade sem as conquistas novas do pensamento? Espera-se que cada pessoa cultural e intelectualmente instruída converta-se numa espécie de mestre. E mestre não é um simples mensageiro do conhecimento. É e deve ser sempre um motivador do surgimento do debate de novas ideias sobre o que já está posto. Só assim se chega a um novo conhecimento. Cada um deve ser um instrumento de instigar o outro a pensar e rebater. Se assim não for, pouco teremos de avanço na humanidade, nenhuma doutrina se alargará, mergulharemos nas profundezas da estagnação, o pensamento involuirá. É preciso, portanto, insistir na ideia de que cada um é um motor pessoal de investigação que motiva, discute e distingue novos rumos. O ser humano que em sua trajetória de formação não enfrenta o novo, o diferente, o desconhecido não tem chance de sair da prisão da mediocridade. Nunca será criativo ou interessante. Será apenas repetitivo do que colher sem interferir acrescentando, criticando, discutindo a corrente que se apresenta.

PANZA, Celso. Acesso à Paideia, inteligência superior.

Acesso em: 28 jan. 2010. (Adaptado).

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PROPOSTAS

A – Manifesto

Tenha em mente o seguinte dito popular: O peixe fora d’água começa a apodrecer pela cabeça. Imagine que você seja um educador brasileiro bastante preocupado com o declínio intelecto-cultural que vem atingindo parte considerável de nossa população. Mesmo consciente de que uma ação solitária talvez pouco altere a realidade nacional, você se propôs a produzir um manifesto com o objetivo de tentar sensibilizar os brasileiros que ainda têm algum desejo de ver os valores do espírito mais prezados pelos componentes sociais. É seu intento fazer com que o manifesto comece a circular nas escolas, nas academias de ginástica, nos shoppings e em outros locais com maior aglomeração de pessoas. Em seu texto, você procurará:

1) evidenciar sua insatisfação com o pouco caso demonstrado por muitos quanto à intelectualidade e às produções culturais;

2)formulará justificativas e as consequências para o referido declínio; e

3) convocará os leitores a aderir à causa pela qual você está lutando, especialmente esperando que eles sejam multiplicadores da mensagem do manifesto por você produzido.

B – Carta pessoal

Veja-se na condição do jurista Celso Panza, autor da letra “l” da coletânea. Ele afirma, como ilustração, que “mestre não é um simples mensageiro do conhecimento. É e deve ser sempre um motivador do surgimento do debate de novas ideias sobre o que já está posto”. Ligando essa e as demais noções ao tema em análise, escreva uma carta a um possível amigo que more em outra cidade há certo tempo. Vocês, pela amizade que vem de longe, mantêm uma correspondência regular em que tratam de vários assuntos ligados sobretudo à vida intelectual e cultural brasileira. Sabendo que o amigo está agora concluindo um curso superior que lhe permitirá atuar na área da educação, você decidiu escrever-lhe para levá-lo a pensar mais detidamente sobre a responsabilidade que as mentes mais instruídas têm quanto à formação de outras mentes que também tenham uma forma de vida mais direcionada à dimensão do espírito. Redija a referida carta sem perder de vista os traços fundamentais do gênero em foco.”

Nessa esteira está a discussão sob lógica e respeito aos direitos fundamentais estruturados no direito maior, a liberdade.

A opinião que se insere nessa dialética deve ser respeitosa por embrião. Cada um tem sua opinião, legítima desde que respeitosa, formando o grande rio da discussão social, onde as margens são habitadas por variado contraditório, escorado em formações multifacetadas, plurais. Elas levam ao grande estuário do concerto de vontades, e deságua no mar da verdade absoluta, e a verdade absoluta é a liberdade cujo excesso define a justiça. Nada maior que a liberdade. Sem liberdade individual não há respeito nem respeitados, só caricatura de gentes que não formam cidadania.

Foi assim que a história apossou-se das grandes conquistas humanas como a liberdade de expressão, que não pode ser asfixiada. Estamos quando submissos a esse princípio, liberdade, eviscerando a escravidão formal, estruturando para fortificar esse direito ligado à alma, nascido do iluminismo, listando em genuflexo e reiterando sempre os direitos humanos, hoje inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde se insere o direito de serem respeitadas essas conquistas, emblemáticas conquistas do ser humano em sua personalidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/02/2018
Reeditado em 22/02/2018
Código do texto: T6261207
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