NOSSAS MENTIRAS LÍCITAS DO COTIDIANO

Conheço um rapaz de uns 24 anos que tem o braço repleto de tatuagens e um piercing no nariz. Está procurando emprego. Comentou comigo que quando vai fazer entrevista, coloca camisa social pra manga comprida cobrir os tatoos. E vira o piercing pra dentro do nariz e assim não dá bandeira que tem. Um conhecido atua como palestrante evangélico e para o qual estou querendo vender meus serviços de escritor biógrafo há tempos, aos quais sempre demonstrou interesse. Quando faço contato, argumenta que acha pertinente minha iniciativa, mas está aguardando um "sinal" do Espírito Santo pra prosseguirmos na empreitada, coisa que nunca aconteceu e nunca acontecerá. Outro cara é a tradução fidedigna do puxa-saco. Tudo o que o chefe que tínhamos na época dizia, ele concordava, aplaudia, endossava. Por mais absurdo e sem noção que fosse. E o chefe, feliz da vida, adorava essa reação sincera e autêntica do seu dileto funcionário. Todos mentiam, enrolavam, trapaceavam na maior cara de pau. Mas, pra todos efeitos, estavam atuando de acordo com as regras do jogo. E assim vão tocando suas vidas, encarnando personagens conforme mandar a conveniência. E a criatividade.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 06/03/2018
Reeditado em 06/03/2018
Código do texto: T6272043
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