Mais Um Na Estatística

Vejamos bem o quanto as fatalidades causam um princípio de comoção na estima do brasileiro. Recentemente houveram manifestações com o caso Marielle e lamentavelmente no turbilhão de notícias falsas, discursos de ódio arvoraram impiedosas difamando a falecida em um desrespeito de pessoas inconsequentes e patéticas.

A violência contra o cidadão assumiu contornos de guerra civil, mata-se com requintes de crueldade levando a sociedade a vociferar brados de indignação com as políticas de segurança adotadas atualmente. Porém, acredito ter sido uma excelente decisão tomada pelo Governo, na intervenção federal no Rio de Janeiro, sem essa atitude a bandidagem estaria muito mais a vontade neste cenário de caos.

A criminalidade não desaparecerá em um toque de mágica, muito menos os índices nefastos de crimes no país inteiro diminuirão de uma hora para outra, contudo os primeiros passos devem ser dados à partir das decisões adotadas na intervenção no Rio de Janeiro, para que possivelmente os equívocos anteriormente empregados não ocorram novamente. É claro que no meio da polícia haja indivíduos corruptos e associados ao crime organizado, porém o número de policiais probos é infinitamente superior e com a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública (MESP), a ação e implementação de medidas de políticas públicas de segurança adotarão diretrizes no combate das práticas ilícitas no país.

Devemos nos atentar para o discurso sobre a atuação da polícia neste caso específico da morte da Marielle, as investigações devem seguir seu curso e os responsáveis punidos com severidade, contudo a polícia não deve ser responsabilizada se caso os executores sejam policiais, pois na verdade eles são bandidos e devem ser tratados como tal e não a corporação. Cuidado com os pseudos intelectuais !

Queremos sim ser protegidos pelos policiais que sacrificam suas vidas diariamente, a estes as mais honrosas homenagens se possível em vida e não no caixão diante da família enlutada e dos companheiros saudosos de sua coragem e disposição.

Por outro lado o cidadão não deve se omitir quando vê uma situação de violência, seja ela em que a vítima seja você ou não. Podemos ser pequenos na resolução do problema, porém somos grandes quando denunciamos o ocorrido, existem mecanismos onde uma ligação anônima leva a soluções inacreditáveis e os culpados são presos graças a uma simples ligação.

Os números da violência em 2017 foram assustadores e ainda em sua grande maioria as populações de origem humilde, negros e jovens em alguns estados os números regrediram em outros porém aumentaram com certa preocupação. Este ano vamos acreditar que a quantidade venha a ser menor.

Estamos na torcida que as autoridades venham perceber o tamanho real do problema, as estatísticas vão incluir mais pessoas na sombra fria da aritmética e quisera Deus venha adicionar a sua proteção enquanto os homens procuram as soluções.

Nota do Autor: Atualizando informações referentes à crônica acima. Na ocasião esta crônica havia sido escrita no começo de 2018 e desta maneira, as investigações ainda estavam muito incipientes, contudo, sabemos hoje temos as prisões dos dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, este atirou em Anderson e Marielle e o motorista e também ex-policial militar Elcio de Queiroz. No entanto, até hoje não sabemos nada sobre os mandantes e a motivação do crime. Cinco anos passaram e as investigações continuam, aguardamos que a justiça seja feita com todos os elos desta macabra ação. Justiça à Marielle e Anderson e pena rigorosa aos executores e mandantes deste crime atriz. Quanto à intervenção federal no Rio de Janeiro no qual foi decretado no período entre 16 de Fevereiro de 2018 à 31 de Dezembro de 2018, fez-se necessária devido ao quadro de insegurança, a fim de garantir a redução progressiva nos índices de criminalidade e fortalecimento das instituições da área de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Adotando as medidas que foram julgadas necessárias para aquele período e finalidade, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), as medidas adotadas foram importantes para a redução da criminalidade no Estado, porém no período adotado e com limitação dos resultados ao longo prazo. Vale conferir o processo integral em TC 039.911/2018-7. (Portal TCU > Imprensa > Notícias > Intervenção Federal no Estado do Rio teve baixos resultados de longo prazo)

Os números da violência, segundo o Instituto de Segurança Pública, as mortes por intervenção de agente do estado foram de 198 mortes no primeiro bimestre de 2023. Os números averiguados foram menores para o acumulado e para o mês desde 2017. Comparando com os dois primeiros meses de 2022, destaca-se redução de 1% no acumulado e 5% no mensal. (Fonte: G1 - Rio de Janeiro - 22/03/23). O Ministério Extraordinário da Segurança Pública foi criado por intermédio da Medida Provisória n° 821 de 26/02/18 no governo do ex-presidente Michel Temer e extinto em 01/01/19 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, depois foi instituído o Ministério da Justiça e Segurança Pública atualmente no governo Lula empossando Flávio Dino.

Luis Profeta
Enviado por Luis Profeta em 19/03/2018
Reeditado em 13/06/2023
Código do texto: T6284801
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