OLHEI DENTRO DE MIM...

Resolvi no silencio da madrugada de hoje, fazer um exame de consciência ou espiritual, sobre como eu estou tratando a mim mesmo. Fui me olhar dentro de mim. Tomei logo um grande susto ao ver minha vida presa e entrelaçada, com outros pensamentos e decisões que tantas vezes tentei desestimular em outras pessoas que conheço e vinham conversar sobre seus problemas. Não nego que bateu um medo de dizer demais sobre tudo que eu iria encontrar, porém, não posso também negar meu desejo de dizer bastante, sobre tudo o que encontrasse.

Percebi que havia tornado-se meus pensamentos os de alheios a minha formação e experiência de vida, vontades escusas e diferentes das minhas, eram opiniões machistas e arbitrárias de assuntos irrelevantes, alguns ridículos outros indesejados, e que vieram de fora para dentro, tendo eu os absorvidos e mantidos em mim como produções minhas, e que bem poderiam estar numa lixeira.

Claro, diante de tudo encontrei alguns outros, que por pouco praticá-los, já parecia meio que esquecidos, mas, nada como uma boa leitura recaptuladora, para recuperá-los. Tirei do fundo dos meus pensamentos, lembranças que não uso mais e, por conseguinte não as quero mais e assim as defenestrei de meu interior, alguns sonhos sonhados outros nem tanto sonhados, outros sonhados por metade, algumas lembranças minhas outras de amigos e confidentes, bastantes ilusões e desilusões vividas e ou só compartilhadas, acho que é quase comum aflorarem em quem para pára pensar. Opiniões de outros que guardei para me policiar em não usa-las. Gestos que alguma vez quis usar e não me lembro de ter acontecido, alegrias contidas por não ser o local apropriado para manifestá-las, aliviei-me de muitos rancores, desilusões, desfeitas e momento de vergonha que vivi, quando percebia na pessoa ao meu lado, não se sentir vista, até mesmo preterida por quem passasse só por estar comigo, sentia-me uma espécie de embuste descaracterizante de quem me acompanhava.

Logo, clareado por um reflexo da mente, achei uma flor, já descaracterizada pelos anos, deitada sobre a cova de minha ultima paixão, teria sido uma rosa vermelha, materialização de um amor, agora ela já aceitava qualquer identificação, isso seria certamente de menos, assim como de menos, são meus sentimentos desta recordação. Ela, depois de algum tempo apresentou-se realmente, uma coquete, tinha mais cuidado com seus impertinentes cabelos que exigia japinha diariamente para conservá-los acomodados, dificultando beleza e fragrância natural, vestuário digno de chamamentos eróticos, desejos de pose do metal dourado para apresentar-se produzida pelo poder monetário, diferenciando-a das demais amigas. Os efeitos alucinógenos do Amor disfarçam a tudo, não posso negar esta fraqueza.

Foi ai que percebi, aparecendo por detrás desse entulho sentimental meus e de alheios ao meu interior, mais já dentro de mim, algo que poderia chamar de meu futuro, de possíveis alegrias para serem vividas se eu as perseguisse, tratei de reagrupá-las, selecioná-las e ordená-las para serem postas em praticas o quanto antes, pois vejo que o tempo já formou minha vida, basta vive-la, e para isso preciso por tempo dentro do tempo, para que possa viver.

Não devo mais guardar em mim antigas paixões que tanto tempo me consumiram por tê-las escondido, vontades que tive de preterir, para não passar na frente de amigos, evitando assim tomar a oportunidade que se apresentava, atitudes mesquinhas e vis de um tempo onde beber e fumar dava status e diferenciação em grupos.

Mas, eu sempre fui orientado divinamente, e por isso também encontrei muitas coisas boas que sobreviveram ao tempo e ao caminhar nesses anos que conseguir somar, sou amante da natureza, não só pelo signo do zodíaco que me apresentei neste mundo, mais por apreciar o matiz das cores, as luas, o céu quando apresenta a obra sempre inacabada desenhada com as nuvens pelo criador, o sol que nasce e se põe com cores sempre diferentes em variantes dias, tudo me levou para uma alegria de ter descoberto dentro de mim ainda possibilidades de uma vida variada. Vi que não tinha mais o direito de escolher era só ordenar e passar a viver.

Imediatamente senti que havia morrido e se desprendido de dentro de mim as magoas, enganos e desilusões de um amor que havia vivido, hoje, vejo que fiz este amor sozinho, sem parceira confiável, era uma coquete, descubro agora que vivi uma solidão entre dois corpos, não havia procura por parte dela, para que houvesse compartilhamento a dois.

Tem muitas coisas que, é bom não movimentar de onde se encontram, para não atrapalhar. Lembrei-me de um velho amigo que dizia: muita esperteza atrapalha. É bem melhor esquecê-las ou deixar para outra quaresma.

Uma limpeza mais profunda pode acabar me convencendo de beatice.

É que a beatice muitas vezes mascara a fé em Deus, corremos o risco de querermos, continuar sermos nós mesmos, sem fé, somente impulso e convencimento.

Lembrei que, o que é dado por Deus não é apagado pela vida terrena, continuo amando, sorrindo, alegre e muito mais temente a Deus, a quem agradecerei todos os dias de me ter proporcionado novamente esta reciclagem espiritual, de onde volto alegre por reencontrar amor ainda guardado, desejos e muita esperança em vitorias nas batalhas que me lançar, lembrei muito da coragem que temos na nossa infância, juventude e cuidadosamente controlado na vida já experimentada ao longo dos anos.

De agora em diante tenho diante de mim a certeza de poder amar e recomeçar tudo quanto eu queira, sempre com temor e pensamento de agradecimento ao CRIADOR e seu filho JESUS CRISTO.

DOMINGOS INÁCIO

DOMINGOS INÁCIO
Enviado por DOMINGOS INÁCIO em 20/03/2018
Reeditado em 03/02/2022
Código do texto: T6285553
Classificação de conteúdo: seguro