ORGULHO FERIDO

Orgulho é um sentimento que a maioria das pessoas têm. Umas utilizam para o bem, porque se orgulham de ser boas e partilham e outras utilizam para o mal, talvez não um mal propriamente dito, mas um mal que não faz bem a ninguém. Esse segundo tipo de orgulho a que me refiro é o orgulho da ação, ou, na maioria das vezes, da omissão. Quem sabe oriundo de uma introspecção de resultado egocêntrico que talvez o tempo um dia possa modificar.

Ter esse tipo de orgulho é algo inexplicável, pois seu detentor não o quer, na verdade quer o contrário, mas então por que o tem neste formato doentio? Machuca um e outro. Fere a alma e magoa o coração. Um e outro, os atores deste engodo, acreditam que nada sentem com relação a omissão que fere. No fundo sabem que não é o que querem sentir, mas é o que disfarçadamente tentam transparecer pelo simples fato de um orgulho ferido.

E até quando esse episódio continuará a consumir a energia que dá o sustentáculo para uma boa convivência? Uma convivência harmoniosa, cheia de virtudes e contentamento. Uma convivência que dá a motivação para acreditar que nascemos para ser felizes uns com os outros. Que cada pessoa que faz parte de nosso ciclo de convivência tem sua importância e se um elo desse é rompido a engrenagem da vida faz nosso motor parar.

Viver parado significa morrer para o mundo, mesmo estando vivo. É deixar a alma vegetar, o sangue gelar e o coração secar. Nada mais faz sentido, porque o que mesmo faz sentido é a constante busca pela felicidade. É o estar feliz, já que a felicidade é um estado de nossa alma, cuja força propulsora é encontrada nas pessoas com as quais necessitamos conviver.

Se necessitamos conviver com essas pessoas para estarmos felizes, por que então, insistimos tanto neste orgulho ferido? Por que não deixemos de lado essa inútil insistência de não dar o braço a torcer ou de pelo menos olhar para traz? Talvez eu tenha a resposta. Não é a melhor resposta, mas no fundo é o que a maioria dos orgulhosos pensam e querem que aconteça, por egoísmo quem sabe ou apenas para sentir a importância que fazem na vida do outro. A resposta? Sim, talvez seria o pensamento de que: não olhar para traz não significa que o que ficou não possa nos alcançar, nos tocar o ombro e simplesmente a engrenagem voltar a imprimir rotação e exprimir a felicidade.

Isso é a cura do orgulho ferido.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 26/04/2018
Reeditado em 30/07/2018
Código do texto: T6320098
Classificação de conteúdo: seguro